Pode até parecer um detalhe sem importância, mas o tempo de permanência de um paciente no hospital, especialmente em casos de internação e em unidades de terapia intensiva (UTI), diz muito sobre a qualidade do cuidado que está sendo prestado e a eficiência dos serviços de um hospital. Ok, ficar internado não é preferência de ninguém, mas, muitas vezes, podemos ter uma ideia equivocada de que um longo período de internação significa cuidado redobrado. Mas não é bem assim.
O tempo de permanência no hospital é um indicador importante e acompanhado periodicamente pelas instituições de saúde. De acordo com o Sistema de Indicadores Hospitalares Anahp, por exemplo, entre 2020 e 2023, essa média entre os hospitais que utilizam o sistema caiu de 5,3 dias para 4,6 dias. E por que isso é bom?
Priscila Rosseto, gerente executiva de Qualidade, Segurança, Práticas Assistenciais e Educação Continuada da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a alta hospitalar no momento adequado é vital para a recuperação. A permanência prolongada pode expor os pacientes a riscos como infecções e complicações decorrentes da imobilidade, além de impactar negativamente o bem-estar psicológico e social devido ao isolamento. “Não é porque você fica mais tempo no hospital que isso indica um bom atendimento ou um hospital de qualidade”, afirma Rosseto. “Um tempo de permanência adequado indica que o hospital consegue estabilizar e tratar pacientes de forma eficaz”.
Segundo a especialista, é importante “educar” a população para desmistificar a ideia de que uma internação prolongada é necessariamente benéfica. “A alta hospitalar oportuna é crucial para a recuperação do paciente em um ambiente mais seguro e menos exposto a riscos. Além disso, um sistema eficiente de alta hospitalar garante que os recursos hospitalares estejam disponíveis para pacientes que mais necessitam”, afirma.
Rosseto explica que o aumento da média de permanência dos hospitais pode sinalizar também problemas na gestão de cuidados, na eficiência dos tratamentos ou até uso inadequado de recursos hospitalares Ou que os casos recebidos são mais complexos do que o hospital está preparado para tratar. Isso demanda recomposição das estratégias porque são situações que podem impactar negativamente tanto na saúde dos pacientes quanto na capacidade do hospital de atender novos casos.
Outros números que são importantes nesse contexto são os indicadores chamados taxa de ocupação e índice de giro. Esses dados, quando bem analisados e acompanhados, podem mostram que uma gestão eficiente maximiza a capacidade de atendimento dos hospitais, especialmente em momentos de alta demanda, como durante surtos de doenças ou emergências de saúde pública, como foi no caso da pandemia de Covid-19.
Hospitais como a BP têm adotado medidas rigorosas para monitorar e reduzir o tempo de permanência dos pacientes, garantindo a segurança e a qualidade do atendimento. “A BP é um hub que atende diversas modalidades assistenciais, mas está em nosso core a alta complexidade, e assim adotamos várias medidas como protocolos clínicos rigorosos, monitoramento constante da evolução dos pacientes e a utilização de tecnologias avançadas para diagnósticos e tratamentos rápidos”, explica Rosseto.
Para entender um pouco mais sobre o que significa qualidade e segurança no âmbito da saúde e poder contribuir mais efetivamente com o seu próprio cuidado, acesse o site da Anahp e explore as publicações e todo o conteúdo disponível gratuitamente.