Trabalha de casa na pandemia? Saiba como evitar dor e tendinite no home office

Lesões em membros superiores, como tendinopatias, dor e fadiga muscular chamam a atenção dos especialistas na pandemia

Com a chegada do coronavírus no Brasil, em março do ano passado, muitos profissionais que trabalhavam em escritórios passaram a cumprir o expediente em casa. Mas o que inicialmente parecia provisório avança pelo segundo ano. O resultado é que aumentaram as queixas de tendinopatias nos membros superiores  – especialmente nos pulsos, no pescoço e nos ombros.

Segundo o ortopedista Adalto Lima, coordenador do serviço de cirurgia da mão da Casa de Saúde São José, do Rio de Janeiro, houve um aumento significativo – cerca de 40% – na incidência de tendinopatias em membros superiores devido ao home office (horas de trabalho somadas à falta de estrutura adequada). Alguns casos podem até resultar em cirurgia.

Para o médico, o aumento da carga de trabalho, a falta de infraestrutura ergonômica, maior volume de tarefas domésticas e a redução da prática de atividades físicas são os principais fatores que explicam esse cenário.

“É fundamental dar uma atenção especial  à ergonomia, pois a falta de cuidados gera posições viciosas que afetam a carga tendinosa, causando dor, dormência e perda da capacidade funcional”, ressalta. “A pausa para o cafezinho era um momento importante na rotina do escritório, mas isso não acontece no home office – ao contrário, a carga de trabalho tem sido maior e quando há essa pausa, acabamos fazendo alguma tarefa doméstica”, acrescenta.

Outra questão  frequente nos consultórios é a fadiga muscular, problema que também aumentou durante a pandemia, especialmente no punho e nas mãos. De acordo com Lima, a diminuição dos cuidados médicos durante esse período, aliada à redução dos exercícios físicos e ao aumento da ansiedade, gera um estresse e um aumento de esforço, causando o desconforto e a dor.

Como forma de prevenir lesões e até eventuais tratamentos cirúrgicos, o médico recomenda alongamentos, fortalecimento muscular, ajuste nas posições ergonômicas, divisão adequada na carga de trabalho e de funções domésticas e avaliação periódica de um especialista.

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