O Conselho Federal de Medicina anunciou na semana passada uma medida que autoriza a realização de consultas online, telecirurgias e telediagnóstico, entre outras formas de atendimento à distância. O órgão abriu prazo de 60 dias para receber contribuições relativas à resolução 2.227/2018, que atualiza critérios para a prática da telemedicina no Brasil. A regulamentação entra em vigor em três meses.
O texto estabelece a telemedicina como exercício da medicina, mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real ou offline.
Com o objetivo de aperfeiçoar a norma, o CFM receberá propostas dos Conselhos Regionais de Medicina e das entidades médicas. As contribuições serão analisadas, com possibilidade de implementação, após a deliberação do plenário do Conselho Federal de Medicina.
Vantagens do atendimento à distância
A nova resolução do CFM permite consultas online desde que haja uma ficha médica feita presencialmente. “Quando um paciente chega com algum sintoma no pronto-socorro, imediatamente o médico do plantão faz o contato com um neurologista e relata o que está acontecendo. Este médico do outro lado da tela avalia os exames e fala com o paciente, se necessário, e aponta qual procedimento deve ser feito”, explica José Luciano Monteiro Cunha, coordenador da área de Neurologia do Hospital Leforte.
“Com a tecnologia em nuvem e o acesso on-line de documentos e exames, acreditamos que vamos avançar na atuação à distância, pois resultados de uma avaliação feita em um local podem ser debatidos com profissionais em outro hospital. Atuamos com o bem mais precioso que é vida humana e sabemos que hoje podemos contar com todas as ferramentas tecnológicas para melhor o atendimento aos pacientes”, comenta Cunha.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina/Global Summit, em dezembro de 2018, com retorno espontâneo de 848 entrevistados, 84,67% dos médicos afirmaram usar ferramentas de tecnologia da informação para observação dos pacientes e otimização do tempo de consulta. Segundo o estudo, o prontuário eletrônico é a ferramenta mais utilizada, com 76,75% das respostas entre os que já incorporaram a tecnologia na rotina.