Surto de toxoplasmose em SP: saiba como evitar a doença

A Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) confirmou no último dia 14 que São Paulo registrou três surtos de toxoplasmose desde março deste ano. Ainda sem causa oficial definida, suspeita-se de que os 45 casos registrados até agora tenham ocorrido por transmissão alimentar em restaurantes de vários bairros e regiões da capital, segundo denúncias recebidas na Ouvidoria do Sistema Único de Saúde, o SUS. Ainda assim, não é permitido, segundo a Covisa, a divulgação de nomes de estabelecimentos antes que se comprove o risco real à saúde do consumidor.

A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário toxoplasma gondii. Em casos comuns, apresenta sintomas brandos: febre, cansaço, dores no corpo e nas articulações são recorrentes ao contrair a doença. Por se parecer com uma gripe ou uma infecção comum, muitas vezes o diagnóstico é tardio. Ainda assim, a toxoplasmose é considerada auto-limitada, isto é, cura-se por si mesma e não representa grande perigo à saúde. No caso de mulheres grávidas e pessoas imunodeprimidos, como portadores de HIV, por exemplo, a situação é diferente. Nesses casos, a toxoplasmose pode ter efeitos mais severos, causando danos cerebrais ao portador e, no caso de gestantes, ao feto, podendo levar até mesmo à morte.

 

Contágio

A toxoplasmose é contraída por meio da ingestão de alimentos contaminados com o toxoplasma gondii, como frutas, verduras e legumes mal passados, além de carnes de porco, boi e ovelhas servidas mal passadas. Nesses casos, a doença pode se manifestar entre 10 e 23 dias após a ingestão do alimento.

Outra forma de contágio é através das fezes dos gatos e água contaminada por eles, que são os hospedeiros definitivos do protozoário da toxoplasmose, ainda que a doença não os afete. Segundo infectologistas, até mesmo gatos bem cuidados podem apresentar a doença. Quando associada a essa forma de contágio, a doença pode demorar de 5 a 10 dias para apresentar os sintomas, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

Como evitar a toxoplasmose?

Especialistas recomendam que os cuidados com a higiene no preparo, manuseio e ingestão de alimentos sejam redobrados para passar ileso ao surto de toxoplasmose em São Paulo. Isso consiste em lavar muito bem as mãos e o local do manuseio da comida antes de prepará-la, além de lavar os alimentos com atenção em água corrente.

Recomenda-se, também, que seja evitada a ingestão de carnes mal passadas, preferindo sempre as completamente cozidas ou assadas ao ponto, já que o calor mata o protozoário. Sendo assim, é só ficar de olho na carne que você aceita nos rodízios de churrasco e na comida japonesa, por exemplo.

Outra dica útil para se evitar a toxoplasmose é sempre preferir o preparo de carnes que tenham sido congeladas antes, já que a prática também elimina a presença do toxoplasma gondii.

Para as grávidas e pessoas imunodepressivas, os cuidados acima devem ser redobrados, sendo preferível que se leve comida de casa caso seja necessário se alimentar na rua, evitando qualquer tipo de contágio.

Por fim, todo o cuidado é pouco quando se fala dos gatos. Especialistas recomendam que as mãos sejam bem higienizadas após o manuseio das caixas de areia dos bichanos e outros locais de seu convívio – que deve ser distante de ambientes com crianças. Além disso, deve se preferir também alimentos secos, fervidos ou enlatados para os felinos, descartando petiscos humanos, que podem contaminar seu gatinho, transformando-o num portador e transmissor da doença.

Matérias
relacionadas