Quando falamos em tecnologia aplicada à saúde, muitos dos questionamentos têm algo em comum: será que os robôs realmente tomarão o lugar dos médicos? A cena, que parece saída de uma série de ficção científica, em nada corresponde à realidade. A tecnologia já faz parte do dia a dia dos consultórios, sim – mas apenas para otimizar o cuidado e oferecer todos os recursos possíveis em favor dos pacientes.
Alguns dos exemplos mais palpáveis são os que vemos na própria consulta: prontuários eletrônicos, históricos digitalizados, acesso a exames (de anos e anos atrás) a um clique de distância. Mas perceba que o fio condutor é sempre o mesmo: um olhar centrado no paciente, com ferramentas que possam garantir mais segurança e precisão.
“É importante entender que a tecnologia é um acessório da saúde 4.0” disse Rom Justa, presidente e cofundador da Saúde Omni, durante o webinar “Como a saúde 4.0 está revolucionando a experiência do paciente”, promovido pela Associação Nacional dos Hospitais Privados, a Anahp, no mês de junho. “O mais importante é entender que qualquer ferramenta é só uma ferramenta. A saúde 4.0 transforma comportamentos – o que envolve muitos profissionais de saúde, que passam a ser também educadores”.
Qual o papel do paciente na saúde 4.0?
O paciente, neste novo “modus operandi”, também desempenha um papel importante. Com o avanço das tecnologias e munido de informações na palma da mão, ele passa de ouvinte para um ser ativo, engajado. “Todas as barreiras que caíram com a transformação digital fazem com que o paciente tenha exigências muito distintas”, comentou Kelly Rodrigues, CEO e fundadora da Patient Centricity Consulting, no evento da Anahp. “O paciente, hoje, quer agilidade, respeito, empatia, proximidade. A relação médico-paciente mudou”, disse.
Nesse cenário, a humanização do atendimento também aparece como parte da saúde 4.0. A lógica é simples: quanto mais tecnologia à disposição, facilitando e agilizando processos, mais tempo sobra para os profissionais.
“A tecnologia está ajudando os profissionais de saúde para que, no fim do dia, sobre tempo para o fundamental, para se relacionar com o paciente num outro nível”, explicou Rodrigues. Embora o setor esteja no caminho certo, a profissional destacou que ainda há muito o que fazer para que teoria e prática estejam no mesmo patamar.