Surtos de sarampo preocupam médicos e especialistas

Em fevereiro deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para o aumento de casos de sarampo no mundo. Apesar de o Brasil servir de exemplo quando o assunto é o combate da doença no país, garantindo até mesmo um certificado em 2016, a situação agora já não é considerada tranquila.

Para se ter uma ideia, os Estados Unidos elevou o número de casos nacionais para 754. Já a OMS também emitiu um alerta depois do sarampo infectar 34 mil pessoas na Europa em 2019. O crescimento de casos no mundo crescem 300% em 2019, diz a OMS.

Só no ano passado, 11 estados brasileiros sofreram com o surto de doença. Mas apesar dos índices preocupantes e pesquisas que apontam este crescimento, a procura pela vacina nos postos de vacinação continua pequena.

Segundo o Ministério da Saúde, quase metade dos municípios brasileiros não atingiram a meta necessária de vacinar 95% das crianças de 1 até 5 anos de idade. Esse dado pode ser justificado pela crescente massa de pais que se negam a vacinar seus filhos.

“Existe hoje uma grande oposição de certas comunidades que consideram normal não se vacinarem”, lembra o especialista Dr. Claudilson Bastos, médico infectologista.

O método mais eficaz: vacina contra o sarampo

Fundamental para sua prevenção, a vacina contra o sarampo, chamada de tríplice viral (combate o sarampo, caxumba e rubéola), é fornecida gratuitamente na rede municipal de saúde, pelo Programa Nacional de Imunizações, por meio da Secretaria de Estado da Saúde.

Vale lembrar que existem reforços de vacina contra o sarampo, seja para bebês, adolescentes e adultos. Ela deve ser aplicada em duas doses, a partir de um ano de vida da criança. “Muitas pessoas também acreditam que a vacina é indicada apenas para crianças. Sendo que todas as pessoas têm, em determinados momentos de suas vidas, indicações de vacinação”, explica Bastos.

Mas como justificar o aumento de surtos de sarampo?

“Houve um aumento na densidade demográfica e população. Isso fez com que houvesse uma perda na cobertura de vacinação adequada para suprir essa necessidade”, explica o médico Infectologista.

Fique atento aos sinais da doença

Considerado altamente contagioso, o sarampo é provocado por um vírus e transmitido de forma similar a gripe; de pessoa para pessoa, por meio de tosse e secreções. Facilitando sua propagação.

Os sintomas mais comuns incluem: irritação nos olhos, corrimento no nariz, manchas brancas na parte interna da bochecha, mal-estar, tosse persistente, e manchas vermelhas na pele. Mas também é comum o paciente apresentar febre, convulsões, infecções nos ouvidos, conjuntivite, pneumonia, perda do apetite, diarreia e até mesmo lesão cerebral.

Para o médico, o sarampo deve ser levado mais a sério por sua tamanha gravidade. “O sarampo é uma das doenças mais graves. Ela pode levar à pneumonia, problemas neurológicos graves, e até mesmo à morte. Principalmente gestantes, bebês, e idosos. É uma questão de saúde pública, já que afeta uma comunidade inteira, não só um indivíduo”.

Segundo Bastos, para a prevenção ser efetiva, além da vacina contra o sarampo, é necessário: “Ter uma cobertura vacinal adequada, campanhas, fazer com que a questão da imigração seja mais organizada. E fazer com que a conscientização das pessoas consideradas naturalistas entendam a importância da vacinação”, diz.

Vale lembrar que ainda não existem tratamentos específicos para pacientes já identificados com sarampo. Há apenas algumas ações de controle e alternativas como vitamina A, administrada em casos mais graves. E em situações menos graves é recomendável ingestão de líquido e controle da febre.

Matérias
relacionadas