Saiba mais sobre o câncer de estômago, o sexto mais incidente no país

Na última semana, o caso da jogadora de vôlei Ana Paula Borgo, de 29 anos, vítima de câncer de estômago, chamou a atenção. Isso porque esse tipo da doença não é comum em pessoas mais jovens e muito menos com hábitos saudáveis, como era o caso da atleta profissional. Mas, como todo câncer, a estatística nunca é exatamente uma regra.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca), de 2022, o câncer gástrico é o sexto mais incidente no país, correspondendo a 3,1% de todos os novos casos de câncer esperados para os próximos três anos. Ainda segundo o levantamento, 65% desses pacientes estão acima dos 50 anos.

Possíveis causas

Existem três tipos de câncer de estômago, também chamado câncer gástrico, que são: linfomas, sarcomas e adenocarcinomas – esse último, o mais comum, e responsável por 95% dos tumores.

Entre as causas para o câncer de estômago, algumas são de maior destaque: “Além de infecção pela bactéria H. pylori e citomegalovírus, uma alimentação rica em alimentos ultraprocessados, defumados, conservas, consumo excessivo de álcool e o tabagismo também são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer gástrico”, explica Felipe Coimbra, líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

Além disso, fatores genéticos podem ser considerados. “Sempre que detectamos esse tipo de tumor em pacientes jovens, principalmente abaixo dos 50 anos, temos que suspeitar da possibilidade de doença hereditária, dentre elas: síndrome do câncer gástrico difuso hereditário, síndrome de Linch ou polipose adenomatosa familiar”, diz o especialista.

Coimbra também explica que, no caso de pessoas com mutação genética para a síndrome do Câncer Gástrico Difuso, por exemplo, a chance de desenvolver o câncer gástrico é de 70%.

Sintomas

Os sintomas de câncer de estômago pode ser silencioso, já que não apresenta sintomas específicos – e, por isso, na maioria das vezes, já está em estágio avançado quando é diagnosticado. Mas há alguns sinais que podem ser indícios da presença do tumor, como perda de peso e de apetite, fadiga, má digestão, queimação, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas, e dor e desconforto abdominal.

No entanto, esses também são indicativos de úlcera e gastrite, que são doenças benignas. Se sinais como esses persistirem ou se repetirem mais de duas vezes por semana, a recomendação é procurar um médico para uma investigação mais minuciosa.

A cirurgia é o principal tipo de tratamento, recomendado sempre que possível e que muitas vezes vem acompanhado de quimioterapia ou imunoterapia – procedimento em que o próprio sistema imunológico do paciente é estimulado a combater a doença. Como todo tipo de câncer, a detecção precoce aumenta a chance de cura.

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