Saiba como fortalecer a imunidade para enfrentar as ondas de calor seguidas por quedas bruscas de temperatura

Diversas regiões do Brasil têm enfrentado variações súbitas de temperatura – calor extremo num dia, frio repentino no outro. Típicas das estações entre o inverno e o verão, essas mudanças bruscas podem desestabilizar nosso organismo, que sofre uma queda em sua resposta imunológica. E um sistema debilitado abre espaço para doenças pulmonares, crises alérgicas, resfriados e gripes, entre outras.

Quando os termômetros despencam, sobe a incidência de inflamações nas vias respiratórias, como rinite e bronquite. “Isso facilita a ocorrência de infecções secundárias, como sinusite e pneumonia”, explica a médica Ana Cristina Belsito, chefe do serviço de endocrinologia do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio. “O que se faz nessa situação? A princípio, é preciso manter a imunidade boa.”

Veja, então, dicas para fortalecer a imunidade e enfrentar o choque térmico:

Hidratação
Beber bastante água é essencial para manter o sistema imunológico em ordem, sobretudo se está muito calor, quando transpiramos mais. Um quadro de desidratação pode causar fraqueza, mal-estar, irritabilidade e ressecamento de mucosas (olhos, nariz e boca), o que também não é nada bom para a imunidade. Sucos naturais podem ajudar também na hidratação.

“No calor extremo, é importante tomar 2 litros de líquido por dia”, afirma a endocrinologista Ana Cristina Belsito.

Segundo ela, os chamados “extremos da vida” (crianças e idosos) estão mais vulneráveis à desidratação. Sobretudo no caso de pessoas de mais idade, é preciso ficar atento porque a eliminação acelerada de água, sódio e potássio provoca desorientação e alterações sensoriais, que resultam em quedas, por exemplo.

Alimentação balanceada
Uma alimentação leve, balanceada, com comidas naturais, verduras e frutas frescas, contribuem muito para o bom funcionamento do sistema imunológico.

É importante ingerir fontes de:

  • Vitamina C (como laranja, limão, caju, abacaxi, acerola, morango, goiaba, kiwi);
  • Vitamina D (como peixes, gema de ovo, leite integral e fígado bovino);
  • Zinco (como carne bovina, peixe, frango, frutos do mar, cereais, feijão, grão-de-bico, nozes, semente de abóbora, amêndoas, ovo, leite e derivados, abacate).

“Esses alimentos não vão resolver o problema da imunidade, não é uma coisa milagrosa. Mas eles têm um efeito positivo na melhora”, aponta Ana Cristina Belsito.

A médica explica que a alimentação leve, com pouca gordura, é importante porque ajuda o organismo a metabolizar melhor, “sem tanto esforço”. E faz o alerta: “não é bom comer uma sopa no verão ou alimentos pesados, como uma feijoada.”

Em dias quentes, também é bom evitar:

  • frituras;
  • molhos;
  • gordura em excesso;
  • e produtos condimentados.

E quando o calor é excessivo vale redobrar a atenção também porque há pratos que, sob altas temperaturas, estragam muito rápido. Maionese, por exemplo, tem um risco maior de causar gastroenterite (inflamação que afeta o estômago e/ou o intestino), o que também prejudica a imunidade. “Acontece o mesmo com frituras na praia ou proteínas não identificadas. Esses alimentos têm maior tendência à putrefação”, diz Belsito.

Sono
A imunidade depende, também, do sono de qualidade, que é um recuperador importante. Enquanto você dorme, seu sistema imunológico se recupera. A endocrinologista chama a atenção com uma comparação simples: “Quando não dormimos bem, ficamos doentes com mais frequência do que quando dormimos bem.”

Roupas adequadas
Aqui, vale o básico: não é para usar calças e blusas grossas sob sol intenso, nem para optar por shorts e regata quando está frio. Caso contrário, você não estará protegendo seu corpo diante de eventuais choques térmicos, o que terá efeitos danosos ao sistema imunológico.

No verão, são recomendáveis roupas frescas, de preferência feitas de algodão, para o organismo transpirar livremente. É necessário, afinal de contas, ajudar a eliminar o calor excessivo gerado pelo aumento da temperatura corporal. “O indivíduo pode ter até uma queda de pressão, principalmente se não estiver se hidratando direito”, alerta a médica.

Evitar álcool
O álcool, principalmente se consumido em excesso, enfraquece o sistema imunológico e nossa capacidade de combater doenças infecciosas fica comprometida. No estudo “Álcool e redução de danos”, o Ministério da Saúde descreve prejuízos aos linfócitos em sua atividade de produzir anticorpos. “Pode-se dizer que o consumo intenso de álcool afeta, de forma irreversível, todas as funções do sistema imunológico”, informa o texto.

Além disso, por serem diuréticas, bebidas alcoólicas podem contribuir para a desidratação do organismo.

Atividade física adequada
A prática de atividade física fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de diversas doenças. A endocrinologista ressalta, no entanto que é preciso ter bom senso. O recomendado é que, em dias de calor intenso, evite-se a prática de exercícios em horário de sol forte, principalmente os mais extenuantes. Caso contrário, o resultado pode ser o oposto do desejado.

“Nesses casos, escolha outro horário e faça uma atividade leve, sem esquecer da hidratação. E, se for ao ar livre, passe protetor solar para evitar insolação. Um quadro mais grave de insolação pode resultar em internação, porque chega a afetar até o sistema nervoso central, causando convulsão. Mas esses são quadros mais graves.”

Por último, mas não menos importante: cuidado com o estresse
“O estresse deflagra queda de imunidade, porque desregula o organismo”, alerta a médica.

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