Robôs na sala de cirurgia? Entenda!

Imagine chegar ao centro cirúrgico e, como parte da equipe, você encontra um robô a postos para o procedimento. Pode soar como enredo de filme, mas a cena é cada vez mais comum nos hospitais brasileiros. Claro que não estamos falando de máquinas articuladas, com formato humano, mas sim de robôs e sistemas de tecnologia cirúrgica de diferentes especialidades, que trazem inovação e ainda mais segurança para os pacientes.

“Os investimentos e a utilização de plataformas robóticas são extremamente importantes”, diz  Victor Figueiredo, médico cirurgião do aparelho digestivo e coordenador do Centro de Cirurgia Robótica do Grupo Santa, que administra o Hospital Santa Lucia, no Distrito Federal. “A cirurgia robótica é uma evolução da cirurgia minimamente invasiva, ou seja, é uma evolução da videolaparoscopia convencional.”

Segundo o especialista, o procedimento significa incisões menores para o paciente, ameniza dor, sangramento, risco de infecção e tempo de internação, além de permitir recuperação mais rápida. Menos invasiva do que os métodos tradicionais, as tecnologias robóticas estão auxiliando médicos na busca por resultados cada vez melhores em cirurgias que antes eram mais agressivas.

“É importante entendermos que o robô não faz a cirurgia, e sim o cirurgião que o controla, além de possuir vários sistemas de segurança incorporados que tornam a cirurgia extremamente confiável, segura e eficaz”, conta. O Grupo acaba de ultrapassar a marca de mais de 1.200 pacientes operados com a plataforma cirúrgica robótica – só neste ano, foram mais de 600.

No sul, o Pilar Hospital tem usado a mesma tecnologia para o tratamento de endometriose. A instituição dispõe de equipamentos que auxiliam os cirurgiões a realizarem procedimentos em menor tempo, com redução de sangramento, melhor visualização da anatomia, maior precisão cirúrgica, além de diminuir a dor pós-operatória e o tempo de internamento.

“O uso da robótica no tratamento da endometriose profunda e avançada é algo que vem sendo aplicado com maior frequência em algumas situações. Observamos resultados melhores e diversos benefícios para a paciente”, comenta Francisco Furtado Filho, médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia do Pilar Hospital.

Veja alguns dos benefícios da robótica no centro cirúrgico:

– Imagem ampliada, tridimensional e controlada pelo cirurgião médico;
– Tecnologia de fluorescência, que permite identificação mais precisa da anatomia e da vascularização de órgãos;
– Instrumentos com articulações de 60 a 90 graus em todas as direções, proporcionando uma amplitude maior do que a mão humana, além de alcance a estruturas de difícil acesso com grande precisão;
– Sistema de filtro de tremores para todos os instrumentos e câmera;
– Sistema de centro remoto, que diminui o trauma à parede abdominal;
– Gerador (bisturi elétrico) com capacidade de coagulação e precisão de corte, superior aos convencionais.

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