Pet Terapia: bichos de estimação ajudam pacientes a superarem doenças

Se você tem algum bichinho de estimação, sabe o quanto é difícil se separar dele, não? Agora, imagine a situação complicada em que se encontram pessoas que são hospitalizadas e precisam ficar semanas, às vezes meses, longe de seus fiéis companheiros. Ao se analisarem as reações biológicas no organismo dessas pessoas ao reverem seus pets, foram sendo desenvolvidas diversas técnicas de auxílio em tratamentos, mesmo para os pacientes que não têm animais, até ser desenvolvida a Pet Terapia.

A TAA (Terapia Assistida por Animais), ou simplesmente Pet Terapia, consiste, literalmente, na participação de animais durante o tratamento de alguma doença. Normalmente são usados gatos, aves e coelhos, mas sobretudo os cães, por sua amabilidade. Normalmente, quando o paciente possui um animal de estimação, o próprio animal pode ser solicitado como parte do tratamento. É o que realiza o Vitória Apart Hospital, pioneiro nessa área no Espírito Santo. Lá, os internados sem previsão de alta nos sete próximos dias podem solicitar que seus animais os visitem, desde que dóceis, com laudo veterinário e banho tomado antes da entrada no hospital.

Quais os benefícios da Pet Terapia?

São inúmeros os benefícios da TAA, seja com animais do próprio paciente ou não. Segundo Julia Arruda, do Vitória Apart Hospital, responsável pelo desenvolvimento do protocolo que libera a entrada de animais no hospital, “além de poder favorecer o processo de recuperação de pessoas internadas, a presença dos pets pode melhorar o humor e bem-estar, reduzir a ansiedade e ajudar a encurtar a duração da internação dos pacientes”.

Ainda segundo Arruda, no caso dos que já têm um bichinho de estimação, a visita deles é tão importante quanto a de outras pessoas da família. Isso porque o animal de estimação, aos olhos da família, já é um membro integrante tão importante quanto qualquer outro parente. Assim, eles conseguem “reconfortar os pacientes e proporcionar um pouco da normalidade de suas vidas dentro do ambiente hospitalar”.

O que dizem os estudos sobre a Pet Terapia?

Os estudos que comprovam os benefícios da Pet Terapia não ficam só no papel. Segundo o estudo da pesquisadora Fernanda de Toledo Vieira, Terapia assistida por animais e sua influência nos níveis de pressão arterial de idosos institucionalizados, publicado na Revista de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), os idosos que vivem em asilos que foram submetidos à companhia de cachorros durante o tratamento da pressão alta tiveram resultados extremamente positivos, uma vez que o animal desencadeia a sensação de “bem-estar, saúde emocional, física, social e cognitiva”. Dessa forma, podemos encarar a TAA não necessariamente como a cura, mas como um atalho para a mesma, “funciona como ponte de ligação entre o tratamento e o paciente”, argumenta, em sua pesquisa, Fernanda.

Outro exemplo prático é uma pesquisa realizada em 2015 na Área de Pediatria da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Lá, foram adotados 50 cães durante o tratamento de crianças com câncer. Os resultados foram similares, comprovando a eficiência da Pet Terapia: a presença dos animais regulou a pressão arterial e os batimentos cardíacos, diminuindo a ansiedade tanto dos pacientes quanto das famílias que os acompanham.

Um último caso, também de 2015, pertence à Academia Americana de Pediatria, em que ficou comprovado que crianças submetidas à Pet Terapia obtiveram resultados positivos mais rapidamente e, nos dias das visitas dos animais, precisavam de menos remédios para dor.

Você quer saber mais sobre a Pet Terapia e outros tipos de tratamento alternativo? Então fique de olho aqui no blog da Saúde da Saúde!

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