Uma nova sub variante do coronavírus, a BQ.1, tem feito com que os casos de Covid-19 disparem na Europa, na China e nos Estados Unidos. E voltou a preocupar também a nós, brasileiros. O painel Coronavírus Brasil, mantido pelo Ministério da Saúde, mostra que atualmente há mais de 350 mil novos casos em acompanhamento.
A preocupação é que, com as festas de fim de ano e o período de férias escolares, a doença atinja ainda mais pessoas. Por isso, é importante estar com quadro vacinal em dia, inclusive as doses de reforço – é o que aponta o médico infectologista do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Ernesto Gewehr Filho. “A BQ.1 apresenta mutações adicionais à ômicron, que conferem maior transmissibilidade, sendo a variante dominante no momento”, alerta.
O especialista explica que a nova variante está contaminando mais, uma vez que as pessoas deixaram de seguir os protocolos básicos como o distanciamento social e o uso de máscaras. “Além disso, percebemos que há uma baixa procura pela testagem (para confirmar ou não a presença do vírus no organismo), e as pessoas com sintomas deixaram de fazer o isolamento ou quarentena recomendados. Os dados epidemiológicos ainda confirmam que muitas pessoas não fizeram os reforços vacinais necessários, assim o vírus vai ficar circulando durante um bom tempo”, avalia.
Covid-19 também desencadeou e agravou casos de diabetes
Ao longo da pandemia, descobriu-se que a infecção pelo vírus também se tornou um dos fatores do desenvolvimento de diabetes tipo 2. Endocrinologista do Hcor, Cristina Triches explica que isso ocorre porque, em situações de infecção e/ou inflamação aguda, o organismo exige uma maior produção pancreática de insulina para conseguir manter os níveis normais de glicose no sangue, o que pode piorar o controle glicêmico de pacientes diabéticos e causar hiperglicemia em pessoas previamente saudáveis.
“Ainda não sabemos se a Covid-19 precipitou o desenvolvimento do diabetes, se o vírus provocou lesões nas células do pâncreas que levaram à hiperglicemia crônica ou se a doença foi causada pela resposta inflamatória sistêmica ao SARS-CoV-2”, pondera a especialista.
“Como a pandemia é recente, não é possível dizer se os casos serão persistentes ou transitórios. Também não podemos afirmar ainda a relação de causalidade entre as doenças. Mesmo assim, é importante orientar os pacientes que tiveram Covid-19 a procurar um médico para rastrear o diagnóstico de diabetes”, reforça.
Fonte: Hospital Moinhos de Vento e HCor