O Brasil registrou as duas primeiras mortes do mundo causadas por Febre Oropouche, uma doença que já tem quase 7 mil casos no país desde janeiro de 2024, de acordo com o Ministério da Saúde. A doença, que é transmitida pela picada de um inseto conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, também se espalhou por outros países das Américas e levou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a lançar um alerta epidemiológico para a região, em fevereiro, chamando a atenção para a necessidade de implementação de medidas de prevenção e controle do vetor. A entidade também alertou para a possível transmissão de mãe para filho durante a gestação – quatro casos, atualmente, estão sob investigação.
A Febre Oropouche, cujo nome faz referência a um rio de Trinidad e Tobago, onde foi descoberta, é provocada por um arbovírus, que é um vírus transmitido por artrópodes. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) coletada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos esporádicos e surtos da doença foram registrados no Brasil, especialmente nos estados da região Amazônica. Além disso, a doença já foi documentada em outros países da América Central e do Sul, incluindo Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.
Como ocorre a transmissão da Febre Oropouche
A principal forma de transmissão da Febre Oropouche ocorre através da picada de mosquitos infectados. A infectologista Luísa Chebabo, da Casa de Saúde São José, explica que o maruim é o principal vetor. Ela esclarece que existem dois ciclos de transmissão: o silvestre e o urbano. “No primeiro, mamíferos silvestres, como macacos e bichos-preguiça, são os hospedeiros do vírus. O maruim é o principal transmissor desse ciclo, mas outras espécies de mosquito também podem transmitir o vírus da febre Oropouche entre os animais”, diz.
No ciclo urbano, o maruim continua sendo o mais importante transmissor da doença e, nesse ambiente, os humanos acabam se tornando os principais hospedeiros do vírus. “Mas o pernilongo (também chamado de muriçoca) também pode estar envolvido nessa transmissão”, alerta a infectologista.
Sintomas da Febre Oropouche
Os sintomas da Febre Oropouche são similares aos de outras arboviroses. É comum haver febre edor de cabeça, muscular e nas articulações, além do surgimento de manchas na pele, náuseas e diarreia. “Como os sintomas são similares aos da Dengue e Zika, a diferenciação é possível somente por meio de exames de sangue”, diz Chebabo.
Assim como o tratamento de outras arboviroses, a pessoa que contrai a Febre Oropouche é aconselhada a repousar e manter uma boa hidratação. “Não há tratamento específico para a doença, mas podem ser feitas medicações sintomáticas para controle da dor e da febre”, explica a infectologista.
A Febre Oropuche pode ser a menos conhecida das arboviroses por aqui, mas assim como a Dengue e a Zika vale a mesma tática: prevenção.
O Ministério da Saúde recomenda:
- Se possível, evite áreas onde há muitos mosquitos.
- Use roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
- Mantenha a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos. Além de buscar sempre informações confiáveis, como as que você encontra aqui no Saúde da Saúde. e sempre procurar um médico especialista quando necessário.