Nash Day: Dia Internacional de Combate à Gordura no Fígado

A gordura no fígado será o tema de diversas discussões ao redor do mundo no dia 12 de junho, quando se realizará pela primeira vez no Brasil o Dia Internacional de Combate à Esteatose Hepática Não Alcoólica, o Nash Day, na sigla em inglês

O problema de gordura excessiva no fígado afeta 34% da população adulta ao redor do planeta. O paciente é caracterizado com a doença quando o órgão apresenta uma alta quantidade de lipídios (gordura) nas células do fígado. Esse tipo de esteatose, que não advém do uso de álcool, segue em ritmo crescente: “Hoje em dia, notamos que o número de pessoas com algum nível de doença hepática gordurosa não alcoólica vem aumentando em todo o mundo”, afirma Bianca Della Guardia, médica hepatologista, especialista em transplantes e coordenadora do Grupo Médico Assistencial de Doenças Hepáticas da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Como surge a NASH e quais são os sintomas?

Um dos fatores que pode desencadear o fígado gorduroso é o alto teor de lipídios, em suas diversas formas, que ingerimos todos os dias. Assim, os fatores de risco para o aparecimento da doença são a alimentação não balanceada e o sedentarismo. A NASH também pode aparecer em decorrência de quadros de obesidade, hipertensão arterial, diabetes (tipo 2) e resistência à insulina.

O fígado gorduroso é uma doença silenciosa. Como não apresenta nenhum tipo de sintoma no início de seu desenvolvimento, é de extrema importância que seja diagnosticado precocemente, evitando consequências graves associadas à doença. Ainda segundo Bianca, se não tratada, a NASH pode levar à morte por doença cardiovascular, esteato hepatite, câncer de fígado e cirrose. Em casos onde a gordura no fígado é diagnosticada tardiamente, pode ser necessário até mesmo um transplante do órgão, reforça a médica.

Como tratar?

Infelizmente, não existe ainda um tratamento médico aprovado e eficaz para reverter integralmente a gordura no fígado. Por outro lado, ela pode ser evitada e amenizada através da mudança do estilo de vida do paciente, como a diminuição do consumo de alimentos com lipídios e a prática diária de exercícios físicos.

Mas nem sempre é fácil balancear a alimentação. Dessa forma, sempre é bem vindo procurar grupos de apoio de pessoas que se encontram na mesma situação: falar sobre a esteatose hepática ajuda tanto no processo de tratamento quanto na conscientização e prevenção. É exatamente isso o que o NASH Day e a Dra. Bianca Della Guardia buscam: “Neste NASH Day, realizado pela primeira vez no Brasil e liderado pelo Einstein, queremos dar luz a este problema e alertar a população que a esteatose hepática pode estar muito mais próxima do que imaginamos. Como não há sintomas específicos no início do aparecimento, é preciso focar na prevenção e na adoção de hábitos saudáveis”, finaliza.

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