Mpox acende alerta para conter o avanço da doença: saiba como evitar a transmissão

O aumento no número de casos de mpox, causada pelo mpox vírus, acendeu o alerta das autoridades para conter o avanço da doença. Na África, o surgimento de uma nova variante fez a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar emergência em saúde pública de importância internacional. A medida serve para criar uma resposta global coordenada.

O nome mpox vem de monkeypox, que significa varíola dos macacos. É uma doença menos grave que a varíola em humanos, que foi considerada erradicada em 1980. 

No Brasil, a situação está sendo monitorada. Os primeiros casos registrados no país ocorreram em 2022, com um pico da doença entre os meses de julho e agosto daquele ano, quando 10 mil casos foram notificados, segundo o Ministério da Saúde. No fim do ano passado houve um novo aumento, embora considerado menos expressivo. Em 2024,até o fechamento desta notícia, foram registrados 709 casos confirmados ou prováveis da doença. 

Agora, com o surgimento de uma nova variante, a comunidade médica passa a observar se haverá alguma mudança no ritmo das transmissões.

Sintomas

O intervalo de tempo entre o contato com uma pessoa doente e o aparecimento dos sintomas é de três a 21 dias.

Os sintomas iniciais são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, fraqueza, inchaço dos linfonodos e lesões na pele.

Essas lesões aparecem de um a três dias após o início da febre e, geralmente, se concentram no rosto, palmas das mãos e sola dos pés, mas também podem aparecer nos órgãos genitais e na região dos olhos. 

Os sintomas duram de duas a quatro semanas e, em casos menos graves, podem desaparecer por conta própria.

O tratamento é feito para aliviar os sintomas.

Transmissão

A transmissão a partir de animais ocorre por meio dos roedores e primatas, quando há casos de mordidas ou arranhões durante algum confronto, por exemplo. É possível haver contágio também por meio do consumo de carne ou sangue de animais doentes.

Entre as pessoas, a transmissão pode acontecer por contato direto ou indireto, como:

  • Contato pele a pele: quando uma pessoa saudável tem contato com a erupção cutânea ou crostas na pele de uma pessoa infectada;
  • Contato com a saliva e secreções respiratórias: quando uma pessoa infectada elimina o vírus por meio de gotículas de saliva, muco ou muco nasal, e uma pessoa saudável entra em contato com esse material;
  • Durante o sexo: a prática sexual oral, anal ou vaginal, ou a manipulação de órgãos genitais, pode levar à transmissão do vírus por meio dos fluídos corporais;
  • Durante a gravidez: gestantes podem transmitir o mpox para o feto durante a gestação ou no momento do parto, e após o nascimento.

Quando as lesões na pele desaparecem, a pessoa deixa de transmitir o vírus.

Segundo João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o contato entre pessoas em elevadores, ônibus, metrô ou avião não constitui um risco iminente de transmissão da mpox, como foi com o coronavírus.

“A chave para a transmissão é o contato próximo e prolongado. Mesmo sendo uma doença contagiosa, não é um espirro que vai transmitir o vírus, ou se sentar ao lado de alguém doente. O que transmite é conviver com pessoas com a doença, como familiares, ou quem passa um longo período de horas em um mesmo ambiente, ou no caso de quem está cuidando de pacientes infectados”, afirma Prats.

Segundo o infectologista, os hospitais estão preparados para atender os casos suspeitos e já criaram mecanismos de distribuição de fluxo e isolamento desses pacientes.

Grupos de risco

A maioria das pessoas com mpox consegue se recuperar sozinha da doença, mas é preciso ficar atento à população enquadrada nos grupos de maior risco, como recém-nascidos, crianças e quem está com deficiência imunológica.

Nestes casos, podem surgir complicações. Entre elas, infecções de pele, pneumonia, confusão mental e infecções oculares que podem até levar à perda de visão. 

Em casos mais graves, a doença pode levar à morte.

Até 30 de janeiro deste ano, o Brasil registrou 16 mortes por mpox – 15 delas aconteceram em pacientes imunossuprimidos, segundo o mais recente Boletim Epidemiológico. A morte mais recente foi em abril do ano passado.

Como se prevenir

Há algumas orientações para inibir a propagação do vírus, como evitar compartilhar objetos e ficar atento à higiene. Veja algumas dicas:

  • Evite compartilhar roupas, roupas de cama, toalhas ou utensílios;
  • Lave regularmente as mãos com água e sabão ou higienize com álcool em gel 70%.

Nos casos em que é preciso conviver com alguém infectado, como familiares ou profissionais de saúde que prestam assistência aos pacientes, há algumas recomendações mais específicas:

  • Incentive a pessoa contaminada a se isolar, cobrir as lesões e usar máscaras cirúrgicas;
  • Use máscaras cirúrgicas se estiver próximo a alguém infectado;
  • Use máscaras sempre que for manusear as roupas e roupas de cama caso a pessoa infectada não possa fazer isso sozinha;
  • Lave as roupas e roupas de cama com água morna e detergente;
  • Evite o contato pele a pele, sempre que possível;
  • Use luvas descartáveis caso precise entrar em contato com as lesões;
  • Em superfícies contaminadas após contato com as lesões, mantenha-as limpas e desinfetadas.

Caso você perceba algum sintoma relacionado à doença, mantenha-se em isolamento e lave as mãos regularmente. Procure ajuda médica para ser orientado quanto aos cuidados com a sua saúde e a de pessoas próximas. O profissional de saúde vai coletar material de amostra para confirmar o diagnóstico da doença, etapa importante para as autoridades mapearem o nível de propagação do vírus no país. 

Saiba mais sobre mpox nesta página do Ministério da Saúde

Confira a importância dos diagnósticos corretos para a saúde do paciente.

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