A insuficiência cardíaca é uma síndrome complexa e uma das principais causas de mortalidade no mundo todo. Esta condição ocorre quando o coração deixa de bombear todo o volume de sangue necessário para o corpo, ou faz isso com muita pressão. É como se o músculo cardíaco estivesse cansado ou rígido e deixasse de funcionar normalmente. Essa disfunção afeta a saúde de todo o corpo, causando acúmulo de líquidos, inchaço e baixa circulação sanguínea.
Avanços recentes nos tratamentos têm ajudado pacientes a recuperar parte da qualidade de vida e cirurgias menos invasivas estão permitindo recuperações mais rápidas. Entretanto, embora os tratamentos tenham evoluído, o melhor mesmo é ser saudável! Por isso, médicos especialistas continuam recomendando manter bons hábitos de vida para diminuir os riscos de doenças cardíacas. Alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regulares e não fumar podem prevenir a maioria delas, incluindo a insuficiência cardíaca.
Quais são os sintomas da insuficiência cardíaca?
Quem tem insuficiência cardíaca pode sentir falta de ar, cansaço, acúmulo de líquidos no corpo e ganho de peso ou inchaço. Há quem tenha os batimentos cardíacos acelerados por causa do descompasso do bombeamento de sangue. O quadro pode progredir para a falta de oxigênio mesmo quando a pessoa está em repouso.
Esses sintomas iniciais podem passar despercebidos ou serem confundidos com outras causas, o que acaba atrasando o diagnóstico e a intervenção precoce Com isso, há risco de complicações graves, incluindo AVC (acidente vascular cerebral) ou arritmias cardíacas que podem ser fatais, segundo Alexandre Soeiro, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor.
A estimativa é de que 23 pessoas sejam diagnosticadas por hora, ou 240 mil ao ano, afirma o especialista.
Causas da insuficiência cardíaca
Há inúmeras causas que podem levar à insuficiência cardíaca. Entre elas estão algumas que podem estar ligadas à condições que vêm desde a infância, como uma condição genética, congênita, problemas nas válvulas cardíacas, miocardite (inflamação do tecido muscular do coração), e até mesmo doença de Chagas, por exemplo.
Em adultos e idosos, a insuficiência cardíaca pode aparecer como um reflexo de maus hábitos de vida, ou surgir após quadros de infarto ou hipertensão.
Diagnóstico e avanços no tratamento
O diagnóstico da insuficiência cardíaca ainda é clínico e depende de avaliação médica, podendo contar com o auxílio de alguns exames, como o ecocardiograma. Uma vez diagnosticado com esta condição, o paciente pode ser submetido a tratamentos que vão desde o uso de medicação específica até transplante do coração.
Mas, segundo Soeiro, avanços recentes têm trazido melhor qualidade de vida aos pacientes. Ele cita, por exemplo, a adoção de novos medicamentos que reduzem a pressão arterial e diminuem a carga de trabalho do coração, como os inibidores da neprilisina e inibidores da SGLT2. Há ainda novos dispositivos implantáveis, que incluem ressincronizadores cardíacos e desfibriladores, melhorando a falta de ar e prevenindo a morte súbita, explica o cardiologista.
Outros avanços incluem os programas de reabilitação cardíaca, que inclusive têm ajudado a reduzir as hospitalizações. Esses programas são elaborados por profissionais multidisciplinares e permitem uma recuperação mais rápida, com melhora clara dos sintomas.
Alimentação e exercícios são aliados na prevenção
Uma boa forma de manter o coração saudável é adotar um estilo de vida com alimentação balanceada, atividade física regular, controle adequado de colesterol, pressão arterial e diabetes, além de não fumar, segundo Soeiro.
De acordo com o especialista, praticar atividade física é uma das formas de prevenir o infarto agudo do miocárdio ou a hipertensão, condições que podem levar à insuficiência cardíaca.
Saúde do coração
Embora as atividades físicas e uma boa alimentação ajudem a prevenir quadros que levam à insuficiência cardíaca, Soeiro alerta que essas não são as únicas formas de prevenção.
É importante monitorar a saúde do coração e ficar atento aos sinais que podem sugerir um tratamento precoce, minimizando os efeitos da insuficiência cardíaca na saúde do corpo como um todo.
Por isso, a orientação é fazer uma visita ao cardiologista para checar a saúde e manter os exames em dia. Aos homens, é indicado fazer consultas cardiológicas e check-up a partir dos 40 anos. Para as mulheres, a partir dos 50 anos. Quem tem histórico familiar ou quadros de obesidade, diabetes e pressão alta e os que são fumantes devem redobrar a atenção.