Dezembro Vermelho: especialistas alertam para a importância da prevenção à aids

Quarenta anos depois da confirmação do primeiro diagnóstico no Brasil – em 1982, segundo o Unaids – mais de 920 mil brasileiros convivem com o vírus da aids (HIV). No ano passado, mais de 50 mil novos casos foram diagnosticados, e o Ministério da Saúde alerta para a faixa etária: de 2007 para cá, a predominância (52%) é de jovens entre 20 e 34 anos. Para os especialistas, não ter convivido com o ápice da doença é um dos principais motivos que levam à falta de prevenção.

“Os mais jovens não viveram a fase mais crítica, e os avanços tecnológicos e farmacológicos foram muito significativos neste período. Hoje, o tratamento para pacientes com baixa carga viral consiste em dois ou três comprimidos diários, e essa maior eficácia para impedir a replicação viral faz com que muitos encarem a aids como uma doença crônica, como diabetes e hipertensão”, aponta a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens.

A aids é causada pela infecção do vírus HIV, que ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Capaz de alterar o DNA das células, o vírus rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Os principais casos de contaminação ocorrem por relação sexual sem proteção, seja vaginal, anal ou oral. A transmissão também é possível por transfusão de sangue contaminado, instrumentos não esterilizados que furam ou cortam, e durante a gravidez, no momento do parto ou da amamentação – por isso o pré-natal é tão importante para mãe e criança.

Mesmo com menos efeitos colaterais provocados pelas novas drogas disponíveis, ainda é comum casos de enjôo, vômito, mal-estar, perda de apetite, dor de cabeça e perda de gordura em todo o corpo, principalmente no início do tratamento. “Tomar o coquetel sempre na dose e na hora certa ajuda a evitar que o vírus fique mais forte, e a qualidade da alimentação é fundamental para prevenir e fortalecer o sistema imunológico”, afirma a médica.

A nutricionista do Hospital, Heloisa Falcão, recomenda o consumo de alimentos com potencial anti-inflamatórios, como laranja, acerola e linhaça, além dos ricos em ômega 3 – como atum e sardinha – e a semente chia, que são aconselhados para proteger o fígado, o pâncreas, o coração e o intestino.

“Soropositivos também devem estar sempre atentos à higiene dos alimentos, já que isso diminui os riscos de contaminação com microorganismos, como giardia e salmonella. Ainda é importante evitar o consumo de alimentos crus, como carpaccio, sushi, rosbife ou malpassados, devido ao maior risco de contaminação e infecção intestinal que eles oferecem”, explica.

Fazer pequenas refeições ajuda a diminuir os enjoos, e evitar o consumo de alimentos gordurosos e açucarados, como refrigerantes e sucos industrializados, auxilia nos casos de diarreia. “Dependendo da situação, podemos inserir na dieta suplementos naturais que colaboram na absorção dos nutrientes, garantindo mais qualidade de vida”, ressalta a nutricionista.

Fonte: Hospital Marcelino Champagnat

Matérias
relacionadas