Doação de medula óssea, um ato que salva vidas

Celebrada em todo o país de 14 a 21 de dezembro, a Semana de Mobilização Nacional para a Doação de Medula Óssea é uma campanha de conscientização: doar é muito simples, e pode ser decisivo no tratamento de muitos pacientes.

É o caso de Lara que, com apenas 1 ano e 7 meses de idade, foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda (LMA), o tipo mais comum e mais agressivo da doença. O diagnóstico veio já nos primeiros sintomas: manchinhas roxas nas pernas e nos joelhos, não conseguia mais andar e reclamava muito de dor. Fez os primeiros exames em uma unidade de saúde pública e, devido ao agravamento do seu estado, acabou sendo internada em um hospital da região de Aruana, no Rio de Janeiro, onde mora. Foi quando o médico informou à família que a criança precisaria de um transplante de medula óssea (TMO) e teria de começar a quimioterapia o quanto antes.

O baque da notícia só foi amenizado cerca de quatro meses depois, quando os pais receberam o resultado do teste de que a filha mais nova do casal era compatível com a irmã. Lara foi transferida para o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR) onde o transplante foi realizado.

Diferentemente de Lara, cerca de 650 brasileiros estão em busca de um doador não aparentado para passarem por um TMO, ainda que considerando as mais de 5,5 milhões de pessoas cadastradas no Redome – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Mesmo dentro da família, a chance de conseguir alguém 100% compatível é de apenas 25%.

Em 2021, ano em que o Serviço de Transplante de Medula Óssea do Pequeno Príncipe completou uma década de funcionamento, foram realizados 73 procedimentos, e 33% deles foram de doadores não aparentados. “Mas se esta chance for pequena ou a disponibilidade não for imediata, temos experiência para prosseguir com outros tipos de doadores”, conta a médica-chefe do serviço, Carmem Maria Sales Bonfim.

Essa era a condição de Maria Eduarda, 13 anos, de Dionísio Cerqueira (SC). Seus pais mobilizaram aproximadamente 300 pessoas para se cadastrarem no Redome, mas ninguém completamente compatível foi localizado. A equipe médica do Pequeno Príncipe decidiu então realizar o transplante com a medula do pai de Duda – que era 50% compatível. “O procedimento em si foi muito tranquilo, e recebemos a melhor notícia de todas quando descobrimos que a medula tinha funcionado! Foi uma nova chance para nossa família”, diz Uilson Fransozi, o pai da adolescente que venceu a leucemia durante a pandemia.

O que é preciso para ser um doador de medula óssea?
– ter entre 18 e 35 anos para efetuar seu cadastro;
– estar em bom estado geral de saúde;
– não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

Outras complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisadas caso a caso. Se você quer ser um doador, procure o hemocentro do seu estado para mais informações. E, se já for doador, lembre-se de manter o seu cadastro atualizado no Redome.

Fonte: Hospital Pequeno Príncipe

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