Diversidade sexual e de gênero no trabalho: o que você precisa saber

diversidade sexual e de gênero no trabalho

No dia 28 de novembro, a Anahp – Associação Nacional dos Hospitais Privados – promoveu o workshop “Diversidade Sexual – precisamos falar disso!”, e abordou diversas iniciativas que estão sendo realizadas na área da saúde em prol da inclusão, além de debater desafios que a sociedade ainda enfrenta nesse quesito. Para conferir os melhores momentos do evento, clique aqui.

Devido à importância do tema, o Saúde da Saúde separou dados e informações discutidas no evento que são fundamentais para todos que prezam pela inclusão da diversidade sexual e de gênero no trabalho precisam conhecer. Confira:

Diversidade de gênero x diversidade sexual

Antes de mais nada, é preciso entender que sexo e gênero são duas coisas diferentes. Enquanto o sexo está ligado ao órgão biológico, o gênero é um conceito socialmente construído. Por sua vez, existe também a orientação sexual, que refere-se à inclinação da pessoa ao se relacionar afetivamente ou sexualmente com alguém. Exemplos:

Sexo biológico: macho, intersexual e fêmea

Gênero: Homens (trans ou não), mulher (trans ou não)

Orientação sexual: homossexual, bissexual, heterossexual, pansexual (indivíduo cuja atração não depende do gênero ou sexo)

Ou seja, uma pessoa pode ter nascido com o órgão sexual entendido como masculino pela sociedade, mas se identifica como parte do gênero feminino. É o caso das mulheres transexuais. Já sua orientação pode ser hétero, homo ou bi. Ou seja, uma mulher trans que se relaciona com outras mulheres é uma mulher lésbica, por exemplo.

Mais termos que você precisa conhecer

No âmbito da comunidade LGBTQI+ , existem muitos termos e denominações que ainda são interpretadas de forma equivocada, o que abre espaço para o preconceito e dificulta a inclusão dessas pessoas.

Por isso, separamos a definição de mais alguns termos importantes:

Cross Dresser: Alguém que se veste com roupas associadas ao gênero oposto por entretenimento pessoal, mas não necessariamente se identifica com outro gênero.

Drag Queens e Drag Kings: pessoas que se vestem como o gênero oposto para performance artísticas, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Transexuais: como falamos acima, são pessoas que não se identificam com o gênero que lhes é atribuído ao nascer.

Travestis: construção de gênero típica da América Latina, travestis também não se identificam com o gênero atribuído no nascimento, mas não necessariamente se identificam como mulheres também. Muitas mulheres trans também se identificam como travestis.

Acompanhamento, não tratamento

Algo muito importante e que foi debatido durante todo o evento, foi a necessidade de não mais tratar as questões de gênero e sexualidade como patologias. Pessoas da comunidade LGBTQI+ que procuram auxílio muitas vezes precisam de acolhimento psicoterapêutico para apoio e orientações, mas não de uma cura.

O Ambulatório de Generalidades (AGE) da Santa Casa de São Paulo, por exemplo, faz esse acolhimento à população LGBTQI+ atendendo adolescentes e adultos, em sessões de grupos separados por gêneros e sexualidade ou mesmo individuais.

Para a psicóloga Marie Danielle Brulhart Donoso, do C.E.S Barra Funda, “muitas vezes, os próprios pacientes não sabem o que está acontecendo com eles, há uma falta de nomeação pras experiências que eles tão vivendo. Vamos ouvir essas pessoas e informar, vamos enriquecer todas as esferas, profissionais, familiar”, diz.

Diversidade no trabalho

Discutir a diversidade sexual e de gênero no ambiente corporativo, em todas as áreas, é extremamente importante para avançarmos neste tema como um todo. Questões como a importância do nome social, das variantes de condições sociais e das subjetividades da sexualidade e afetividade precisam ser debatidas nas empresas.

As organizações não podem tratar a diversidade no trabalho como um “trending topic” ou uma tendência passageira. Por esse motivo, é preciso que as empresas estabeleçam posicionamentos de marcas que abram caminhos para construir ambientes realmente seguros e acolhedores.

Por fim, a questão da empregabilidade é extremamente importante para avançarmos na luta pela inclusão. Para Márcia Rocha, primeira advogada transexual a atuar com nome social no Brasil, “a grande maioria das pessoas trans não está na prostituição, está no armário, seja transicionada ou não”, diz.

Márcia compartilhou também sua experiência com a criação do site Transempregos, um portal que visa conectar empresas que buscam funcionários transexuais aos currículos destes profissionais. Ela lembra que, quando surgiu em 2014, o site tinha apenas uma única vaga. E, este ano, já foram mais de 200 pessoas transexuais contratadas, incluindo para cargos como engenheira e diretora, revela Márcia, acrescentando que “o feedback das empresas é muito positivo, de pessoas competentes.”

Precisa de apoio e orientação? Entre em contato com:  agesantacasa@gmail.com

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