Qual a diferença entre pronto-socorro e pronto atendimento?

Muitas vezes ao precisar de atendimento emergencial, seja devido a um mal-estar, um acidente doméstico ou até mesmo por algo mais grave, ficamos na dúvida se devemos ir a um pronto-socorro ou a um pronto atendimento. Para acabar com essa incerteza, conversamos com especialistas e buscamos informações para esclarecer a melhor opção em cada caso.

De acordo com definição do Ministério da Saúde, pronto atendimento são unidades, não necessariamente vinculadas a hospitais, destinadas a atender casos agudos, porém com menor gravidade. O pronto atendimento geralmente funciona dentro de um horário de serviço pré-determinado. Já o pronto-socorro presta assistência a doentes, com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato e, por isso, funciona durante as 24 horas do dia. Além disso, o pronto-socorro dispõe apenas de leitos de observação.

É importante ficar atento aos sintomas

Ou seja, podemos nos encaminhar para qualquer um dos dois em casos de sintomas súbitos e agudos, em que não há possibilidade de aguardar o agendamento de uma consulta ambulatorial. Porém, é importante avaliar os sintomas antes de decidir para qual deles ir. O pronto-socorro é mais indicado para casos complexos.

Buscar atendimento para quadros de febre, diarreia, resfriados, entre outras situações mais simples em pronto-socorro pode dificultar a situação tanto para o paciente quanto para a equipe médica. É o que ressalta a médica Janaína Ghiraldi, gerente médica do Hospital Santa Paula. “Desinformados, os pacientes procuram os prontos-socorros dos hospitais, quando seriam mais bem atendidos em unidades de pronto atendimento. Isso gera problemas de graves proporções: a superlotação desses setores, longas horas de espera e, por vezes e que é mais grave, o comprometimento no atendimento apropriado do doente que realmente está em condição de risco iminente de morte”.

Embora os prontos-socorros estejam acostumados a lidar mais com emergências de alta complexidade como politraumas, infartos agudos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC), também estão disponíveis para auxiliar a promoção da saúde, como afirma o médico Fabio Nakandakare Kawamura, coordenador médico do Pronto-socorro da Unidade Santana da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “Os profissionais em pronto-socorro precisam sempre acolher cada paciente, não se limitando a tratar a condição de urgência e emergência, mas também se engajando em esclarecer sobre como o paciente deve prosseguir seu acompanhamento médico após ter alta do pronto-socorro. Cada atendimento em pronto-socorro é uma janela de oportunidade para que se promova a saúde de um paciente”.

Em 2017, somente na rede de hospitais cadastrados na Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), foram registrados mais de 10 milhões de atendimentos em pronto-socorro. As unidades contam com uma equipe formada por médicos de diversas especialidades, como Anestesiologia, Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral e Ortopedia, seguindo as definições do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Há pouco mais de uma década estão sendo formados no Brasil profissionais voltados para a área de atendimento em emergência, o que auxilia na qualidade do serviço. “Em 1996, foi criada a primeira residência médica de Medicina de Emergência no Rio Grande do Sul. Hoje, além do Sul, Fortaleza e, recentemente, São Paulo, também estão formando ‘emergencistas’. Tratam-se de médicos com formação generalista, mas com apelo ao tratamento das patologias agudas e graves”, destaca Janaína.

Matérias
relacionadas