Fator de risco para diferentes tipos de doenças, das cardiovasculares ao câncer, a obesidade não para de crescer. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a proporção de obesos na população acima de 20 anos mais que dobrou no Brasil entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Nas mulheres, o índice subiu de 14,5% para 30,2% e, nos homens, de 9,6% para 22,8%, nesse período. Uma alimentação balanceada, adaptada à cultura brasileira, pode ser a chave para combater a obesidade e prevenir, em especial, problemas cardíacos.
“O segredo da alimentação cardioprotetora não é restringir o cardápio, mas estimular o consumo balanceado de alimentos mais ou menos cardioprotetores. Alguns promovem maior redução do peso, colesterol e glicemia, enquanto outros, se consumidos em excesso, podem levar ao aumento do colesterol, por exemplo”, explica Ângela Bersch, nutricionista e pesquisadora do maior estudo de nutrição clínica já realizado no Brasil pelo HCor, de São Paulo.
A Alimentação Cardioprotetora Brasileira foi criada pelo Instituto de Pesquisa e pela equipe de nutrição do HCor, em parceria com o Ministério da Saúde. O modelo do programa é inspirado na dieta mediterrânea, que preconiza o consumo de peixes, azeite de oliva e vinho. Mas o cardápio abrange opções acessíveis à população brasileira, considerando diferenças regionais e culturais.
Modelo da bandeira
Nesse programa, os alimentos são divididos em grupos, de acordo com as cores da bandeira do Brasil. Frutas, verduras, legumes, feijão, leite e iogurte desnatado, por exemplo, estão no grupo verde, a cor mais presente na bandeira. São considerados os alimentos mais cardioprotetores, ou seja, que contêm nutrientes que protegem o coração, como antioxidantes, fibras, vitaminas e minerais, bem como não têm quantidades elevadas de calorias, gorduras, sal e açúcar.
Já o grupo amarelo, segunda cor mais presente na bandeira brasileira, reúne alimentos que devem ser consumidos com moderação, por se tratarem de alimentos com mais calorias, mas que fornecem energia para o dia a dia. Estão nesse grupo alimentos como macarrão, pães e óleos.
Por fim, no grupo azul, menos presente na bandeira, estão os alimentos que têm mais gordura saturada, colesterol e sódio, e que devem ser consumidos em menor quantidade ao longo do dia. Nele, estão as carnes, ovos, manteiga, queijos e doces caseiros, como pudim e brigadeiro.
Os alimentos ultraprocessados compõe o grupo vermelho – cor ausente na bandeira. São produtos que passam por uma série de modificações industriais e levam em sua formulação ingredientes como edulcorantes, conservantes e estabilizantes, além de elevadas quantidades de açúcar e sal. O consumo desses alimentos não é recomendado e está associado ao ganho de peso e a impactos negativos para saúde no longo prazo.
Saiba mais
Está disponível no YouTube um debate intitulado Alimentação Cardioprotetora na Prevenção e no Tratamento da Obesidade, com a participação de especialistas. Assista em bit.ly/dietacardio
Fonte: edição do texto original do HCor.