Dia da Saúde Ocular: como cuidar da sua visão

Apesar de a nossa visão ser responsável, naturalmente, por 85% das informações processadas no cérebro, não recebe a devida atenção que merece quando o assunto é cuidado e prevenção – 34% da população brasileira adulta nunca foi ao oftalmologista, segundo pesquisa feita pelo Ibope com apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Neste Dia da Saúde Ocular, 10 de julho, pedimos à Mayra Leite, especialista em retina clínica do H.Olhos – Hospital de Olhos, de Brasília (DF), para dar orientações sobre cuidados básicos com a saúde dos olhos, além de esclarecer duas doenças comuns que despertam dúvidas: conjuntivite e terçol.

Rotina de cuidados para prevenir doenças oculares

A consulta com um oftalmologista é recomendada ao menos uma vez por ano. Caso alguém da família tenha alguma doença ocular ou a pessoa já tenha algum problema, recomenda-se, então, uma consulta a cada seis meses. Mas, além disso, vale tomar algumas precauções, como manter hábitos saudáveis e evitar exposição prolongada às telas podem colaborar para evitar doenças.

Veja algumas dicas:

  • Evite coçar os olhos: quando o fizer, procure usar lenços para evitar qualquer tipo de contaminação. Valem também lubrificar bem os olhos com as lágrimas artificiais em colírios, desde que orientado pelo oftalmologista.
  • Alimentação: dê preferência para alimentos como peixes, cenouras, folhas verdes, ovos, frutas vermelhas e cítricas, pois ajudam a evitar problemas na visão.
  • Controle a exposição às telas: a luz azul violeta (emitida por TVs, celulares, computadores, tablets e por lâmpadas de LED) pode causar danos irreversíveis aos olhos. Por isso, é importante fazer pausas a cada 30 minutos de exposição – cubra os olhos com as mãos (em formato de concha e sem apertar) e permaneça assim, com os olhos fechados, por cerca de um minuto. Também é aconselhável manter distância mínima de 40 a 60 cm entre as telas e os olhos para evitar desconfortos, ressecamento, vermelhidão, cansaço visual, sensação de sono, coceiras e baixa de visão.
  • Proteja-se do sol: a exposição solar de forma intensa e prolongada pode causar até cegueira; por isso, é fundamental que as lentes dos óculos (solares e de grau) tenham proteção contra os raios UV.
  • Durma bem: o sono inadequado pode contribuir para a fadiga ocular, causando irritação nos olhos, dificuldade para focalizar, secura ou lágrimas excessivas, visão turva e sensibilidade à luz. Para evitar esses problemas, procure dormir no mínimo sete horas contínuas e em ambiente com nenhuma ou baixa luminosidade todas as noites.
  • Maquiagem: use produtos hipoalergênicos que sejam testados oftalmologicamente – o que geralmente é informado nas embalagens.
  • Alongamento de cílios: é preciso ter cuidado com a cola usada, para que ela não caia nos olhos após o procedimento. O ideal é fazer a aplicação com alguém experiente. “Caso ocorra alguma intercorrência, o paciente deve procurar o oftalmologista imediatamente. Alguns sintomas relacionados ao problema com cílios são: vermelhidão ocular, coceira na região, dor e baixa de visão”, alerta a especialista Mayra Leite.
Doenças oculares típicas do inverno: conjuntivites

Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras.

A especialista explica que, especialmente no inverno, o ar seco e a baixa umidade aumentam as chances de olho seco e de conjuntivite (alérgica, viral e bacteriana). Sim, existem três tipos da doença e somente um especialista está apto a diferenciá-las e, assim, indicar o tratamento mais adequado.

Sintomas comuns:
– olhos vermelhos e lacrimejantes;
– pálpebras inchadas;
– sensação de areia ou de ciscos nos olhos;
– secreção purulenta (comum na conjuntivite bacteriana);
– secreção esbranquiçada (comum na conjuntivite viral);
– coceira;
– fotofobia (dor ao olhar para a luz);
– visão borrada;
– pálpebras grudadas quando a pessoa acorda.

O que fazer nos casos de conjuntivite?

No caso de conjuntivite alérgica, evite coçar os olhos, fazendo compressas de água gelada, e procure passar no oftalmologista imediatamente. Além disso, evite objetos ou situações que possam desencadear a alergia. Nessa fase, os oftalmologistas costumam receitar colírios antialérgicos somados às lágrimas artificiais.

“Já na conjuntivite transmissível — a viral e bacteriana –, também é possível amenizar bastante os sintomas com colírio e compressas de água gelada. Porém, o mais importante aqui é evitar a contaminação: quando for coçar os olhos, lembrar de sempre usar lenços e jogá-los fora. Fronhas ou qualquer outro objeto que possa ajudar na contaminação também devem ser higienizados, pois a via de transmissão é pela lágrima, não é pelo ar, como muitas pessoas pensam”, explica Leite.

Somente um oftalmologista consegue diferenciar e diagnosticar o tipo de conjuntivite que o paciente tem – se alérgica, bacteriana ou viral, por meio de exame específico. Na conjuntivite viral, por ter chance de contaminação, geralmente é indicado ficar entre cinco e sete dias afastado das atividades.

O que é terçol e como cuidar

O terçol, também conhecido como hordéolo, é uma inflamação das glândulas localizadas nas pálpebras, provocada por oleosidade da pele e mau funcionamento dessas glândulas. Ou seja, não tem a ver com a estação do ano. É um problema de pele: quanto maior for a oleosidade, maiores são as chances do aparecimento de terçol.

Por isso, é importante fazer higiene adequada das pálpebras, usando xampu neutro: deposite algumas gotas do xampu na palma das mãos, emulsione com água e esfregue as pálpebras delicadamente enquanto mantém os olhos bem fechados. Depois enxágue.

Mas vale reforçar a recomendação: peça sempre a orientação correta para o seu médico, para colocar em prática a prevenção e o tratamento mais apropriado para o seu caso.

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