Saiba como o controle do colesterol reduz riscos de doenças cardiovasculares

O dia 8 de agosto é celebrado como Dia Nacional de Combate ao Colesterol. O objetivo da data é conscientizar sobre a prevenção desse tipo de gordura que, embora tenha função importante no organismo, em excesso pode prejudicar o sistema cardiovascular, principalmente, com a obstrução de vasos sanguíneos no coração e no cérebro. Por isso, o controle do colesterol é essencial para identificar riscos de doenças cardíacas e deve ser feito, pelo menos uma vez ao ano, por meio de um simples exame de sangue.

Antonio Carlos Chagas, cardiologista do Hospital do Coração – HCor, detalha o que é o colesterol e qual é sua função no corpo humano. “O colesterol é um tipo de gordura existente no organismo, que auxilia na produção de hormônios como estrógeno, testosterona, cortisol e ácidos biliares. Mais da metade do colesterol é produzido pelo organismo o restante vem da alimentação e se esta estiver desequilibrada pode aumentar os níveis desta gordura no sangue”, explica.  Embora importante, a presença excessiva de colesterol estimula a formação de placas de gordura nas paredes das artérias, obstruindo o fluxo sanguíneo.

As Doenças Cardiovasculares (DCV), que podem aparecer quando o nível de colesterol está alto, representaram mais de 30% dos óbitos no mundo, e em países em desenvolvimento, como o Brasil, contabilizam mais de três quartos das causas de morte, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O aumento no índice de colesterol é mais comum nas mulheres (25,9%) do que nos homens (18,8%), de acordo com a Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

Tipos de colesterol
Existem dois tipos de colesterol. O LDL (lipoproteína de baixa densidade), que é conhecido como “mau colesterol” e o HDL (lipoproteína de alta densidade), conhecido como “bom colesterol”. O LDL é responsável por levar um pouco de triglicerídeos (tipo de gordura presente no sangue) do fígado e do intestino para os tecidos. E o HDL faz o caminho inverso, removendo o excesso de colesterol dos tecidos e levando para o fígado.

O LDL descontrolado favorece a formação de placas nos vasos do coração e do cérebro que podem evoluir para um infarto ou AVC. Já concentrações elevadas de HDL ajudam a proteger contra essas doenças. Há ainda o colesterol total, que é a soma dos dois. Os índices recomendados são: LDL abaixo de 100mg/dl e HDL superior a 40mg/dl. O colesterol total não deve ultrapassar 200mg/dl, isto para adultos maiores de 20 anos, de acordo com Chagas.

Histórico familiar e tratamento
Thiago Midlej, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, relata que é importante que as pessoas saibam quais são os seus índices de colesterol, sobretudo quando há histórico familiar de doenças cardiovasculares e LDL elevados. Para o especialista, “o tratamento é individualizado, mas seguir uma dieta equilibrada, rica em verduras, frutas e legumes, além da ingestão de pouca gordura animal, é essencial para todos os perfis de pacientes”, diz. Para aqueles que já têm o diagnóstico de colesterol alto e por isso, já fazem uso de medicamentos, é preciso aliar ao tratamento uma boa alimentação e a prática regular de atividades físicas. “O exercício físico potencializa a ação das medicações, reduzindo assim, o colesterol ruim”, comenta Midlej.

O responsável técnico do Anchieta Diagnósticos do Hospital Anchieta, Anderson Benine Belezia, destaca a importância dos procedimentos laboratoriais como ferramenta de auxílio no diagnóstico e tratamento dos altos índices de colesterol. “Os exames laboratoriais são importantes para este acompanhamento bem como exames cardiológicos específicos para a condição/doença da pessoa. A Tomografia Computadorizada das artérias coronárias é capaz de identificar alguma obstrução arterial destes vasos que pode ser decorrente de um controle inadequado dos níveis de colesterol pelo paciente”, conclui.

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