Como perder o excesso de peso acumulado na pandemia?

As mudanças na rotina durante a quarentena acabaram pesando na balança, com aumento do número de pessoas obesas ou com sobrepeso

A pandemia e a necessidade de isolamento social alteraram a nossa rotina, muitas vezes nos levando a um estilo de vida nada saudável. Maior consumo de alimentos industrializados e calóricos, redução das atividades físicas (incluindo os deslocamentos do dia a dia) e o estresse emocional (que muitos compensam comendo mais) acabaram criando um contexto propício para o descontrole do peso e aumento da obesidade na população. Um estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo com mais de 14 mil pessoas mostrou que, durante a pandemia, 19,7% dos entrevistados ganharam peso nesse período.

Com a vida voltando aos trilhos graças à vacinação e à retomada gradual das atividades, é hora de ficar de bem com a balança. O controle do peso é fundamental para a saúde. Sobrepeso e obesidade podem levar ou agravar doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e articulares, doenças respiratórias e do trato gastrointestinal (como o refluxo). A obesidade, como mostram vários estudos, também está associada a vários tipos de câncer. E quem tem comorbidades também corre mais risco de complicações se for infectado pela Covid-19. Além disso, para muita gente, a questão do peso influencia na autoestima.

Como saber se você está ou não com sobrepeso?

Basta calcular seu Índice de Massa Corporal (IMC), dividindo o Peso (quilos) pela Altura (metros) ao quadrado (altura x altura). O resultado indica sua condição:

IMC | Classificação

Abaixo de 18,5 | Abaixo do peso (magreza)
Entre 18,5 e 24,9 | Peso normal
Entre 25 e 29,9 | Sobrepeso
Entre 30 e 34,9 | Obesidade Grau I
Entre 35 e 39,9 | Obesidade Grau II
Acima de 40 | Obesidade Grau III (obesidade mórbida)

Como perder peso?
A receita para emagrecer é, basicamente, gastar mais calorias do que ingerimos, o que demanda atividade física e dieta equilibrada.  O especialista em Nutrologia Enteral e Parenteral Thiago Mendonça Moret, gerente médico sênior do Américas Serviços Médicos, que inclui o Hospital Pró Cardíaco, dá dicas importantes para uma dieta saudável e com bons resultados:

– Prefira alimentos saudáveis e frescos, com cardápio baseado em verduras, legumes e frutas, sem esquecer as proteínas de carnes magras cozidas ou grelhadas e ovos cozidos. Privilegie as fibras, presentes em frutas e grãos como feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico, e cereais integrais, que ajudam a aumentar a sensação de saciedade. “Ter uma variedade de ingredientes, com um estímulo variado ao paladar, é o que mais pode contribuir para um resultado sustentável”, aconselha o médico.

– Dietas da moda não são recomendáveis e, em geral, não trazem resultados de longo prazo. “Algumas dietas restringem o consumo e isso pode gerar um efeito rebote, com mais avidez por certos alimentos, além de um desequilíbrio na composição dos nutrientes de que necessitamos diariamente”, esclarece o especialista.

– Planeje seu cardápio antes de ir às compras. Não caia na tentação de comprar doces, chocolates, carnes gordurosas etc. Se tiver esses itens em casa, vai ser mais difícil resistir.

– Procure alimentar-se sempre nos mesmos horários. Não coma assistindo à TV ou na frente do computador ou celular. Coma com calma, preste atenção no que está ingerindo e mastigue corretamente

– Tome muito líquido: água e sucos naturais sem açúcar.

– É preciso gastar calorias, então mexa-se! Ainda que os espaços para as atividades físicas estejam voltando à normalidade aos poucos, é possível fazer caminhadas usando máscara, pular corda em casa, dançar, fazer alongamento. Ande, mesmo dentro de casa. Não fique muitas horas inativo no sofá.

– É importante manter o padrão de alimentação para além do período de emagrecimento. “Perder peso rapidamente pode ser até estimulante no curto prazo, mas, paralelamente, deve-se sempre ter em mente as mudanças necessárias nos hábitos alimentares que contribuirão para garantir um resultado consistente no futuro”, afirma Thiago.

Quando é hora de buscar ajuda profissional?
Além do IMC indicando sobrepeso ou obesidade, alguns sintomas de quem está acima do peso denotam a urgência em buscar ajuda profissional, como hipertensão arterial, falta de ar, dores nos joelhos, pernas e costas e dificuldade para realizar tarefas cotidianas simples ou uma leve caminhada.

Tudo começa com uma consulta com médico endocrinologista. Além dele, o cuidado pode envolver outros profissionais, como nutricionista, educador físico e psicólogo. Centros especializados em tratar obesidade são muito bem-sucedidos ao adotar uma abordagem multidisciplinar, que permite combinar a expertise de diferentes profissionais para estabelecer a melhor estratégia para cada paciente, incluindo, quando indicado, a cirurgia bariátrica.

De forma geral, o tratamento é baseado em uma alimentação menos calórica e prática regular de atividade física. Medicamentos podem ser indicados se essa abordagem não gerar os resultados esperados ou se existirem outras doenças.

Fonte: edição do texto do original do Hospital Pró Cardíaco (América Serviços Médicos).

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