O câncer de testículo corresponde a cerca de 1% dos tumores masculinos no mundo e, embora relativamente raro, é um dos tipos que mais afetam homens entre os 15 e 35 anos. De acordo com o Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença, que tem índice de casos crescentes, foi responsável por mais de 3.700 mortes no país entre 2012 e 2021 e a tendência é de crescimento nesse número, segundo estudo publicado na revista BMC Urology.
Sintomas
Os homens devem estar atentos aos sinais e sintomas que podem indicar o câncer de testículo, como a presença de um caroço endurecido, que geralmente não é doloroso e pode crescer rapidamente. “O autoexame testicular desempenha um papel fundamental na detecção precoce, permitindo que os homens identifiquem qualquer anormalidade e busquem assistência médica prontamente”, diz o urologista do Hospital Mater Dei Santa Clara, Rafael Soares Fogaça de Aguiar.
Alguns sinais que podem acender o sinal de alerta, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, são:
– o aparecimento de um nódulo duro e, geralmente, indolor.
– a diminuição ou o aumento dos testículos; em alguns casos pode ocorrer a mudança de forma e/ou da textura da pele da região.
– a dor nos testículos ou uma dor imprecisa, sensação de peso e/ou ao endurecimento da parte mais baixa do abdome.
– a maior sensibilidade nos mamilos e, às vezes, o aumento das mamas.
– em crianças ou pré-adolescentes pode ocorrer a chamada puberdade precoce decorrente do aumento da produção de hormônios.
Diagnóstico precoce é fundamental
Sandro Nassar, urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, destaca que a detecção precoce é crucial para o prognóstico e tratamento bem-sucedidos do câncer de testículo. Tumores diagnosticados em estágios iniciais têm melhores taxas de cura, e mesmo em casos mais avançados, tratamentos adequados podem resultar em altas taxas de sobrevivência. “A vigilância regular, especialmente para aqueles com fatores de risco, pode levar à identificação precoce de qualquer anomalia, melhorando assim as perspectivas de tratamento”, diz o médico.
É fundamental diagnosticar o câncer de testículo em estágio inicial, quando ainda está confinado ao testículo, pois isso irá facilitar o tratamento. Quando o tumor já está avançado, pode se espalhar para os linfonodos retroperitoniais, tornando o tratamento mais complexo, podendo incluir quimioterapia ou radioterapia, dependendo do tipo do tumor.
No entanto, é importante ressaltar que cerca de 95% dos tumores de testículo, mesmo em estágios avançados, são curáveis, oferecendo uma perspectiva positiva para o tratamento definitivo do paciente. “Mesmo tumores com metástases, tratados rapidamente e da forma correta, as taxas de cura podem chegar a 96%”, diz o urologista do Hospital Mater Dei Santa Clara.
Orientação sobre reprodução deve ser feita antes do tratamento
Nassar também ressalta a importância da orientação antes do início do tratamento. “Esses pacientes terão a sua fertilidade diminuída e, às vezes, farão rádio ou quimio, e isso também diminui a fertilidade. Eles estão em fase de procriação, são aqueles homens que têm toda uma vida para ter filhos. Então é muito importante que haja a orientação de colher o sêmen antes do tratamento cirúrgico definitivo, porque se esse menino, esse homem, não conseguir, de alguma forma, ter presença de espermatozóides no futuro, tem esse esperma guardado num banco de sêmen, e é possível que ele venha a ser pai”, afirma.
A prevenção, a partir da observação dos fatores de risco, e a detecção precoce do câncer de testículo são fundamentais para garantir uma vida saudável. Com o autoexame regular e a conscientização, os homens podem tomar medidas para manter a saúde e buscar tratamento adequado, se necessário.
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