O frio está chegando e, com ele, também vêm as doenças respiratórias, como a bronquiolite. Entenda a doença, os sintomas e, principalmente, como proteger os bebês

O outono já chegou e o inverno vem aí. Com o tempo mais frio, é comum o aumento de casos de doenças respiratórias, como a bronquiolite. De acordo com o Ministério da Saúde, o período de sazonalidade do vírus causador da bronquiolite começa em maio e se estende até setembro, podendo se prolongar em algumas regiões.
O vírus VSR (Vírus Sincicial Respiratório) é um dos principais causadores de infecções das vias respiratórias e dos pulmões – como bronquiolite e pneumonia – em recém-nascidos e crianças pequenas. Quanto mais nova a criança, maior o risco: a doença é a principal causa de morte de crianças de até um ano no mundo.
A seguir, entenda o que é a bronquiolite, o vírus causador e veja dicas da pediatra do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo (RS), Wania Cechin, sobre como proteger crianças e bebês.
O que é a bronquiolite?
A Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma doença respiratória causada por vírus e afeta as vias aéreas inferiores, especialmente os bronquíolos – estruturas pulmonares que conduzem o ar até os alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas.
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal causador da bronquiolite. “O vírus pode causar uma doença grave, especialmente em bebês nascidos prematuros, com cardiopatia congênita e portadores de displasia broncopulmonar”, diz Cechin.
Acredita-se que 80% das bronquiolites sejam causadas pelo VSR, mas outros vírus também podem estar relacionados ao quadro, como adenovírus, parainfluenza, influenza, rinovírus, entre outros.
O quadro de bronquiolite pode se agravar caso esteja associado à pneumonia. Muitas vezes, a internação hospitalar se faz necessária.
Bronquiolite: sintomas
Entre os sintomas de bronquiolite em bebês e crianças, estão:
- Tosse seca e persistente
- Dificuldade para respirar
- Obstrução nasal
- Coriza
Os sinais e sintomas da bronquiolite se assemelham aos de uma crise de asma e duram aproximadamente de 3 a 15 dias, segundo a Fiocruz. É importante estar atento caso haja dificuldade para respirar ou falta de ar, pois isso pode indicar gravidade no quadro.
Segundo a pediatra, “os quadros mais graves podem estar acompanhados de gemência, sonolência, pausas respiratórias e cianose (coloração azulada) dos lábios ou extremidades”.
Bronquiolite em bebês
Quanto mais novas as crianças – especialmente as menores de um ano –, maior o risco de desenvolver quadros mais graves de bronquiolite, o que pode demandar internação.
“Em bebês, o quadro inicia-se como um resfriado com coriza, tosse, febre e recusa nas mamadas. Em 2 ou 3 dias, evolui com piora da tosse, dificuldade para respirar e mamar, respiração ofegante e chiado”, complementa Cechin.
As crianças com maior risco são:
- Prematuros nascidos com menos de 28 semanas
- Crianças com cardiopatias congênitas
- Crianças com displasia broncopulmonar
Vírus Sincicial Respiratório (VSR): como proteger crianças e bebês?
Contra esse vírus causador da bronquiolite, a forma mais eficaz de proteção é a vacinação. “Recentemente, foi aprovada uma vacina recomendada para gestantes entre 32 e 36 semanas. No momento, ela só está disponível na rede privada, mas em breve estará no Programa Nacional de Imunizações”, explica Cechin.
Outra novidade é a inclusão do nirsevimabe, um imunobiológico de dose única. O anticorpo é indicado para prematuros nascidos com menos de 37 semanas, cujas mães não foram vacinadas ou receberam a vacina com menos de 15 dias do parto. O bebê precisa ter menos de um ano de vida. A vacinação ocorre durante a sazonalidade do VSR, que varia conforme a região do país. Consulte o calendário de vacinação no posto de saúde mais próximo.
Ainda de acordo com a pediatra, outras formas de prevenção incluem:
- Evitar o contato com adultos e crianças resfriadas
- Lavar as mãos ou higienizar com álcool 70%
- Evitar aglomerações
- Promover a amamentação
- Evitar o tabagismo passivo
- Fazer acompanhamento pediátrico de rotina e manter a vacinação em dia
Tratamento da bronquiolite
Não existe um tratamento específico para a bronquiolite, segundo Cechin. “Nos quadros leves, é necessário monitorar a febre, observar o padrão respiratório e manter a nutrição e hidratação adequadas em ambiente domiciliar.”
Já nos casos graves, continua a pediatra, é necessária a internação para oferta de oxigênio, fisioterapia, inalações e, muitas vezes, suporte ventilatório em UTI.
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