Atenção redobrada: este é o primeiro passo para proteger os bebês da dengue

Choro excessivo e mudanças no comportamento. Em um ano em que o Brasil vem batendo  recordes sucessivos de casos de dengue – já são mais de 5 milhões de infecções possíveis e confirmadas -, é essencial que pais e responsáveis reforcem a atenção aos sinais (diretos e indiretos) que podem indicar a doença em seus bebês. “Como eles ainda não sabem falar, é importante estar atento se o bebê está mais choroso ou apresenta mudança de comportamento, além de apresentar febre”, diz Juliana Okuyama, pediatra do Hospital Vera Cruz

O aumento da temperatura é um dos sintomas mais perceptíveis. Vômito, diarreia e manchas vermelhas na pele são os outros. Quando todos eles aparecem, é fundamental procurar um pediatra, que poderá diferenciar a dengue de outras doenças com sintomas em comum e dar a orientação mais adequada – ou descartar qualquer risco.

Assim como em adultos, o diagnóstico da dengue em bebês só pode ser confirmado com a realização de um teste rápido de sangue e hemograma, exames que devem ser feitos até o terceiro dia do início dos sintomas. Caso os resultados indiquem a doença, não dá pra bobear: o recomendado por especialistas é que o bebê seja acompanhado clínica e laboratorialmente a cada 48 horas até se recuperar completamente.

Além dos sintomas clássicos, é importante estar bem informado e atento a outros indícios de gravidade, o que vai exigir ainda mais celeridade dos responsáveis ao procurar um médico. “Os sinais que exigem avaliação médica imediata são vômito persistente, dor abdominal, pele fria e pálida, sonolência ou agitação, sangramento, diminuição da urina e dificuldade para respirar”, explica Okuyama. A identificação precoce desses sintomas pode ser vital para o tratamento adequado.

Consulte um pediatra

O tratamento da dengue em bebês inclui medicações para controle da febre e do vômito, além de hidratação, que deve ser calculada conforme o peso da criança. Nessa hora, valem dicas para melhorar a aceitação do soro, como fazer picolé ou com gelatina sem sabor.

Medicamentos anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, devem ser evitados de qualquer forma, pois podem aumentar o risco de sangramento. “Por isso, é importante não tentar amenizar os sintomas por conta própria, mas, sim, com a ajuda e a orientação de uma equipe médica”, afirma a pediatra. “A recuperação ocorre depois de sete dias, em média, com resolução completa dos sintomas e melhora dos exames laboratoriais. Quando o tratamento é instituído oportunamente, não há sequelas.”

Prevenir é o melhor remédio

A prevenção é a melhor alternativa para proteger os pequenos da dengue. Até os dois meses de vida, o uso de repelentes não é recomendado. Para bebês a partir de dois meses, a recomendação é o produto à base de icaridina, com baixa concentração (10%), reaplicado conforme orientação do fabricante. Para bebês a partir de seis meses, o repelente à base de IR3535 deve ser reaplicado a cada quatro horas. A partir de dois anos, pode-se usar repelente à base de DEET (10%), conforme as instruções da embalagem.

Outras medidas de proteção incluem o uso de telas em portas e janelas, repelentes de ambiente contendo citronela, como velas e óleos aromáticos, e vestir os bebês com roupas longas que cubram a maior parte do corpo.

Vale lembrar a necessidade da limpeza frequente de ambientes que facilitem o acúmulo de água parada, onde o vetor da doença, o mosquito Aedes Aegypti, se reproduz.

Vacina disponível nas redes pública e privada

A vacina contra a dengue está disponível para a faixa etária de 4 a 60 anos. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é oferecida em postos de saúde apenas para crianças de 10 a 14 anos. Na rede particular, é possível vacinar outras faixas etárias. O esquema vacinal completo inclui duas doses, sendo que a primeira dá 80% de proteção, mas é contraindicado para gestantes, lactantes, pessoas com imunodeficiência primária ou adquirida e para aqueles que tiveram reação de hipersensibilidade a uma dose anterior.

A dengue pode causar complicações graves se não for tratada a tempo e de forma adequada. Diante do aumento de casos no país, atenção e informação salvam vidas.

Faça sua parte, proteja seu bebê.

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