Apendicite: o que é e quais os riscos para a saúde?

Por muito tempo considerou-se que o apêndice, localizado na região final do intestino grosso, era um órgão meramente vestigial – isto é, um resquício da evolução humana, sem nenhuma finalidade. Um estudo realizado em 2007 na Universidade Duke, nos Estados Unidos, comprovou que ele ainda serve como um certo depósito de bactérias que ajudam na digestão. Essa função era muito útil nos primórdios da humanidade mas, com o passar dos milênios, tornou-se dispensável ao organismo, já que sua retirada não causa danos para o funcionamento do corpo humano. Mas se existe uma característica desse órgão que nunca mudou com o tempo, foi a apendicite.

A apendicite afeta cerca de 0.25% dos brasileiros, e consiste na inflamação do órgão. Segundo um estudo realizado em 2004 por um grupo de médicos do Hospital Sírio Libanês para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (SOBRACIL), não existe um fator de risco específico, mas nota-se que a apendicite se dá com maior frequência em homens na faixa etária dos 20 anos. Até hoje suas causas não são totalmente conhecidas, apesar de alguns indícios serem conhecidos, como, por exemplo, a obstrução do apêndice por gordura ou fezes. Infecções gastrointestinais, normalmente causadas por vírus, também são consideradas fatores de risco para o aparecimento da apendicite.

Quais os sintomas e os riscos da apendicite?

Os sintomas da apendicite surgem num curto espaço de tempo. Normalmente, os primeiros sinais são dores abdominais e na região do umbigo. A intensidade da dor pode aumentar significativamente, alcançando o grau agudo da doença, em questão de horas. Nessa etapa, a dor passa a ser ao lado direito e abaixo do umbigo, sendo acompanhada normalmente por febre, falta de apetite, náuseas e vômito.

Se não diagnosticada nesse curto espaço de tempo, o apêndice inflamado pode se romper. Nesse momento, a dor pode desaparecer por completo, mas retorna intensificada na sequência – isso porque uma vez que o apêndice inflamado rompe, tal inflamação tende a se espalhar para o revestimento abdominal. Nessa segunda fase, além dos sintomas anteriores, o paciente também pode apresentar constipação ou diarreia, calafrios e tremores.

Existe tratamento?

O acompanhamento médico é imprescindível. Se não cuidada, uma vez rompido o órgão, a apendicite pode matar.

Não existe uma opção medicamentosa para curar a apendicite. O tratamento é apenas cirúrgico e consiste na retirada total do apêndice inflamado. Ele não é substituído, já que sua ausência não prejudica o funcionamento do organismo humano. Na cirurgia convencional, é realizada uma incisão na região do apêndice, sob efeito de anestesia geral, para retirá-lo. Outra técnica é a apendicectomia videolaparoscopia. Segundo o estudo divulgado na SOBRACIL, este é um modelo de cirurgia minimamente invasiva, onde são feitos três pequenos orifícios no abdômen, nos quais são introduzidos uma câmera e outros instrumentos para que o apêndice seja removido.

A recuperação é rápida e, em ambos os casos, dificilmente o paciente apresenta dor abdominal no pós operatório, permanecendo apenas um dia no hospital. Esse quadro muda quando o órgão rompe antes da cirurgia. Nesses casos, a recuperação é mais lenta e pode apresentar dores e incômodos, além do paciente passar mais tempo no hospital – de 2 a 3 dias em observação.

 

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