14 de junho: Dia Mundial do Doador de Sangue

No dia 14 de junho se comemora o Dia Mundial do Doador de Sangue. A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) elegeu a Ruanda como país anfitrião em 2019. Nas Américas, o evento será celebrado na Costa Rica. Com o slogan “Sangue seguro para todos”, a data busca conscientizar e sensibilizar a população mundial para a quantidade de vidas que podem ser salvas a partir do hábito da doação de sangue.

Segundo a Dr. Solange Fernandes Barbosa, Coordenadora da Captação de Doadores da Hemoclínica parceira do Hospital Anchieta, os brasileiros doam pouco sangue: “A OMS tem dados que dizem que 1,8% dos brasileiros são doadores”. Essa proporção está dentro do 1% estabelecido para a população de cada país, mas ainda é pouco expressivo se comparado a nações desenvolvidos, onde os percentuais de doadores voluntários chega aos 19%.

A importância da doação

O mineiro Carlos Roberto Mesquita, 65 anos, sempre compreendeu a importância da doação: “Eu, quando jovem, doei muito sangue. Hoje, depois de velho, vim receber”. Diagnosticado com hipófise (tumor na base anterior do crânio), Carlos precisou ser operado urgentemente e, durante o procedimento, recebeu bolsas de sangue para sobreviver.

“O sangue que eu recebi estava estocado nos bancos do hospital”, Carlos se lembra. Ele tem a consciência de que se não houvesse tal estoque, não teria sobrevivido. “Sempre que eu tenho a oportunidade de falar com jovens, eu falo que se eles tiverem condições de doar sangue, que doem. Está em falta hoje em dia, e nunca se sabe quando vai se precisar”.

Solange confirma a opinião de Carlos: “Se a gente tivesse pelo menos 3% da população doando sangue, resolveria o problema dos estoques”, comenta. E ainda faz um alerta: “o grupo de sangue que não pode faltar de jeito nenhum são os negativos, principalmente o grupo O e A. Porém o estoque está muito baixo”.

Como é a doação de sangue?

Antes de realizar a coleta do sangue, o doador passa por uma entrevista para verificar se está apto ou não a doar sangue. Assim que liberado, são retiradas amostras do sangue e, na sequência, as bolsas, devidamente identificadas. O sangue é separado basicamente em plaquetas, plasma e hemácias. Cada um desses grupo tem uma data de validade e armazenamentos específicos.

Após o procedimento, os glóbulos vermelhos do doador atingem seu índice mínimo em até um mês, mas a reposição total só ocorre em 60 dias, tempo limite para que se possa fazer uma outra doação, no caso dos homens, que pode somar até quatro doações por ano. Já as mulheres precisam esperar 90 dias para realizarem um novo procedimento, podendo repití-lo três vezes ao ano.

Quem pode ser doador de sangue?

“O sangue não é comprado em farmácias como um remédio para tratar uma doença. Ele é insubstituível. E a gente precisa doar voluntária e solidariamente. A doação de sangue deveria ser tratada como uma cultura”, alerta Solange. Ela também nos atenta de que os requisitos básicos para ser um doador são simples: além de estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50kg, ter tido uma boa noite de sono no dia anterior à doação e estar bem alimentado.

Pessoas resfriadas, grávidas e lactantes, que fizeram tatuagem nos últimos 12 meses e que passaram por qualquer procedimento cirúrgico recente estão temporariamente impedidos. Só estão proibidos definitivamente de doar sangue pessoas que tiveram hepatite ou malária após os 11 anos de idade, que usem drogas ilícitas ou que possuam evidências clínicas de doenças infecciosas como hepatites B e C, além de patologias associadas aos vírus HIV, HRLV I e II e doença de chagas.

Para conhecer os locais de doação, você pode acessar o site da Fundação Pró-Sangue clicando aqui, ou se dirigir ao banco de sangue de sua preferência. Para saber mais sobre o dia do doador, fique ligado no site da OPAS e, claro, aqui no Saúde da Saúde!

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