Telemedicina é a chave para melhorar acesso à saúde

Durante palestra no Conahp 2020, especialista vai além e fala sobre saúde digital, que envolve outros profissionais e até mesmo os pacientes no cuidado

Ainda que a telemedicina tenha ganhado destaque com o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, a prática do atendimento à distância já é antiga. Segundo o livro História da Medicina, de Roy Porter, no século XVIII, os pacientes descreviam os sintomas em cartas, que eram enviadas ao médico para obter o diagnóstico e o tratamento.

Na plenária “Preservando a relação médico-paciente na era das tecnologias disruptivas em saúde”, a primeira do Conahp desta quinta-feira (19), Eduardo Cordioli, gerente médico e de operações de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e coordenador do grupo de trabalho de Telemedicina da Anahp contou brevemente essa história e destacou a importância da tecnologia.

Na opinião do especialista, “a telemedicina é a pedra fundamental para o acesso do paciente ao sistema de saúde”. Segundo ele, por não haver uma regulamentação para o tema no Brasil até o início deste ano, e poucas instituições realizarem a prática, houve um atraso no atendimento oferecido, pois muitas empresas precisaram adequar seus sistemas e incorporar as tecnologias necessárias.

Para Cordioli ainda é preciso ampliar a utilização das plataformas, inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS). “Vivemos em um país com dimensão continental. Sem saúde digital não vamos conseguir chegar a todos os lugares”, defendeu. A saúde digital a qual se refere envolve a telemedicina, que é praticada apenas por médicos, a telessaúde, que inclui outros profissionais da área, como fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros, e a utilização de dispositivos tecnológicos, como smartwatches e celulares, que integra o paciente no cuidado com a saúde. “A saúde digital é a forma de entregar, constantemente, saúde: como, quando e onde o paciente precisar”, explicou.

Mesmo com os avanços obtidos, o coordenador do grupo de trabalho de Telemedicina da Anahp não acredita que o atendimento aos pacientes se tornará apenas online. “O futuro é híbrido, terá uma parte digital e uma parte presencial. Abrir uma porta digital do consultório não significa fechar a física, será um ‘endereço’ a mais. Um bom profissional sabe quando consegue conduzir o atendimento de forma digital e quando deve trazer para o presencial, garantindo a continuidade do tratamento”, disse.

O Conahp segue com mais debates até sexta-feira (20). Para acompanhar, inscreva-se gratuitamente em www.conahp2020.com.br.

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