Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Santa Joana discute sobre a vacina contra a COVID-19 liderada por Oxford

O webinar reuniu grandes nomes da infectologia para debater perspectivas de vacina para o novo coronavírus.

O assunto de maior interesse do momento é quando sairá a vacina para a COVID-19 e as dúvidas que cercam esse tema. Com o objetivo de trazer conteúdo atualizado e de qualidade e responder questões sobre a nova doença e seu futuro método de prevenção, o Grupo Santa Joana promoveu um Webinar sobre imunização com foco na produção liderada pela Oxford em parceria com o Brasil.

Entre os debatedores estava a Dra. Rosana Richtmann, infectologista e Chefe do Serviço de Controle à infecção do Grupo Santa Joana, que trouxe um panorama do Brasil nesse momento da epidemia do vírus SARS-CoV-2, em que o País é o segundo no mundo com o maior número de casos registrados da doença.

Também compondo o Webinar, estava a Dra. Lily Yin Weckx, Chefe no Brasil dos estudos sobre a vacina de Oxford, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e médica da Clínica de Imunização Pro Matre, que explicou detalhes sobre a vacina que lidera a corrida com um dos estudos mais avançados. A especialista comentou que um dos fatores para Oxford ter saído na frente foi que a Universidade já tinha iniciado pesquisas sobre os outros coronavírus causadores da Mers e Sars. Esse projeto passou pela aprovação de entidades regulatórias do Reino Unido e do Brasil e já está na fase de testagem em humanos.

Profissionais da saúde e adultos envolvidos com atividades de alta exposição, podendo ser funcionários da limpeza de hospitais ou motoristas de ônibus, estão entre os voluntários. Parte do grupo receberá a vacina e a outra parte recebe vacina controle, ou seja, não-imunizante. É preciso ter disponibilidade para ser acompanhado regularmente por 12 meses para testar a eficácia da vacina. No entanto a especialista afirmou que em casos de pandemia pode existir licenciamento para uso emergencial. “É possível que até o final de 2020 tenhamos alguma vacina’’, completa a Dra. Lily.

A especialista considera que o Brasil pode ter certa vantagem por fazer parte do estudo. “Como já temos o registro da pesquisa no País e somos reconhecidos pela capacidade e excelência da área vacinal, existe a possibilidade de negociar uma transferência de tecnologia para que ela seja produzida aqui”, explica.

Também compondo a discussão estava o Dr. Renato Kfouri, pediatra e infectologista, também Diretor do Centro de Imunização do Santa Joana e da Pro Matre Paulista. O especialista fez uma revisão sobre o que a ciência já conhece do novo coronavírus e quais as vacinas mais avançadas no momento. Os Estados Unidos estão na liderança com o maior número de projetos que envolvem laboratórios privados e universidades. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 10 vacinas candidatas em estudos clínicos com humanos e mais 126 em estudos pré-clínicos – que estão sendo testadas em animais para avaliar a toxicidade e seus efeitos gerais.

O especialista pondera que o país mais avançado nos estudos não necessariamente terá maior eficácia. “Há países que já estão produzindo vacinas em grande escala, antes dos resultados clínicos. Então, caso seja comprovada a eficácia, já estarão com a vacina pronta”, completa. O médico reiterou a importância da certificação e comprovação da qualidade das vacinas, bem como afirmou que não há comprovações científicas de que podem ocorrer mutações significativas do vírus SARS-CoV-2, que causa a COVID-19.

“Outros desafios futuros serão a capacidade produtiva e de distribuição, os países que estarão aptos a produzir e se terão a tecnologia necessária, e, ainda, se as transferências para fabricação em larga escala serão disponibilizadas. Essa é uma discussão muito importante e que o mundo terá de fazer”, completa o Diretor do Centro de Imunização Santa Joana e Pro Matre Paulista.

Os especialistas ainda fizeram um alerta sobre outro problema ampliado por conta da pandemia. Diversas entidades de saúde estão preocupadas com a queda de cobertura vacinal no mundo inteiro devido às recomendações de isolamento social. Os Estados Unidos já registraram queda de 50% nas vacinas em crianças menores de 2 anos de idade por conta da pandemia. “Corremos o risco de superar a pandemia de COVID-19 e termos que enfrentar epidemias de outras doenças em que já existem vacinas para preveni-las”, afirma. O especialista explica que a vacinação não pode ser adiada e que existem maneiras seguras para continuar a vacinação durante a pandemia, por meio da aplicação domiciliar, fazendo uso de máscaras e higienização dos locais, bem como seguindo os demais protocolos de segurança para evitar aglomeração em clínicas e postos.

No geral, os especialistas estão otimistas em relação às vacinas para a COVID-19. “As perspectivas para as vacinas são melhores do que os tratamentos, porque os remédios dependem muito do organismo e devem ser muito individualizados”, explica Yin Weckx. De acordo com Kfouri, “afirmar prazos é difícil, porém a vacina deve ser nossa esperança e o caminho para solução, como já aconteceu com outras doenças, como a poliomielite, varíola e o sarampo”.

Sobre o Grupo Santa Joana
Grupo Santa Joana administra as Maternidades Santa Joana, Pro Matre Paulista e Santa Maria, em São Paulo. Considerado o maior grupo privado de maternidades da América Latina, o Santa Joana ainda contempla centros de Imunização, Endometriose, Diagnóstico, Medicina Fetal e Reprodução Humana e é a instituição líder no ranking nacional de maternidades, além de ser a única com parceria em estudos científicos com renomadas universidades, como Stanford e Harvard. A união das Maternidades do Grupo Santa Joana proporciona a troca de experiência, conhecimento e tecnologia, originando uma instituição de referência internacional em obstetrícia, ginecologia e neonatologia.

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