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Sala híbrida minimiza os riscos dos procedimentos

As chamadas salas híbridas de cirurgia são o estado da arte em equipamentos para cirurgias de alta complexidade, permitindo o uso de técnicas minimamente invasivas com o máximo de precisão e alto nível de segurança nos procedimentos.
Aos poucos, esse tipo de instalação vem se tornando um equipamento padrão em hospitais de ponta como o Hospital do Coração, o Albert Einstein e o Instituto Dante Pazzanese, entre outros.
Com o uso de alta tecnologia de imagem e instrumentos robóticos, essas instalações permitem aos cirurgiões minimizar o trauma operatório. Usar o cateter e o bisturi em um mesmo procedimento é possível, assim como posicionar imagens de exames novos sobre resultados de exames antigos em monitores de alta resolução. “Em uma sala de cirurgia convencional, você precisa abrir o paciente para descobrir exatamente o quadro antes de operar. Na sala híbrida, você tem a possibilidade de ver imagens tridimensionais em tempo real, antes de abrir o paciente”, explica Alexandre Siciliano, cirurgião cardiovascular do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro.
“Num procedimento convencional para um paciente que chega na emergência com um AVC (Acidente Vascular Cerebral), você tem que levá-lo para a tomografia, de volta para a emergência, para a cirurgia e de volta para uma tomografia de controle, antes de iniciar o pós-operatório”, exemplifica Siciliano.
“Enquanto isso, na sala híbrida, fazemos as tomografias e a cirurgia no mesmo ambiente, em uma mesa cirúrgica com braço robótico que permite a reconstrução de qualquer vaso sanguíneo do corpo. Isso garante um fluxo de atendimento mais rápido e de maior qualidade.”
O Pró-Cardíaco inaugurou sua sala híbrida, com 70 metros quadrados, no começo de 2013, e vem realizando pelo menos 20 procedimentos cirúrgicos ao mês nas instalações.
Segundo o cirurgião cardiovascular, o próximo passo será o desenvolvimento de um programa de robótica no hospital. “Vamos buscar desenvolver novas aplicações para os robôs cirúrgicos”, explica Siciliano.
Entre os avanços tecnológicos no campo das salas híbridas, Siciliano aposta na econavegação, técnica que utiliza simultaneamente o ecocardiograma e o raio-x para produção de imagens tridimensionais. “Com isso será possível poupar radiação e contraste nos exames, reduzindo custos e aumentando o conforto do paciente”, afirma o médico do Pró-Cardíaco.
Em São Paulo, o Hospital Albert Einstein se prepara para dar um salto de qualidade, instalando pela primeira vez no país uma nova geração de salas híbridas para procedimentos endovasculares. “Vamos levar ao limite o conceito de integração e convergência tecnológica”, afirma Paulo Zimmer, gerente médico do Einstein.
Segundo Zimmer, a nova instalação, com 180 metros quadrados, deve ser inaugurada em outubro, quando estiverem concluídos os testes de equipamentos e o treinamento de pessoal. “Na sala híbrida 2.0 será possível fazer algumas abordagens diferentes para o tratamento de problemas coronarianos”, diz.
“Também vamos realizar procedimentos que ainda não fizemos na nossa sala híbrida, Um dos exemplos é a colocação de stent na coronária, com o uso de robô para instalação simultânea de pontes de safena, por exemplo”, afirma o médico.
Zimmer afirma que a nova sala vai otimizar o uso dos recursos do hospital. Hoje, o Albert Einstein realiza 30 cirurgias híbridas por mês. “Queremos chegar a 50 ou 60 procedimentos mensais com a nova sala”, diz.
Apesar disso, ele garante que não há fila para o uso da atual sala híbrida do hospital. O médico explica ainda que o Einstein já montou um comitê gestor para direcionar os casos para cada uma das salas, de acordo com suas características e complexidade. “O que estamos fazendo com o projeto novo é dar um passo à frente. Estamos olhando o presente e apostando no futuro. Esse será sempre o nosso diferencial”, conclui.

Fonte: Valor Econômico – 12.09.2013

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