Compreender os objetivos, definir padrões de coleta, personalizar métricas e realizar medições de longo prazo garantem utilidade dos PROMs na melhoria da assistência
O Anahp Ao Vivo – Jornada Digital de agosto, que está debatendo a segurança do paciente, continuou na última quinta-feira (22). No encontro, que teve a participação de 426 pessoas, três experts no assunto abordaram o tema “PROMs: Resultados relatados pelo paciente e o impacto na segurança do cuidado”.
A coordenadora do Núcleo de Inteligência Médica no Hcor, Suzana Alves, iniciou a discussão destacando a relevância da mensuração dos desfechos. “Este é o tema do momento. Mas, como coletar e o que fazer com esses dados? Qual é o próximo passo?”, perguntou. Para ela, é fundamental ter estratégias que garantam o fluxo de informação e que esse esforço se transforme, de fato, em ações concretas para melhorar a saúde dos pacientes.
Marcia Makdisse, fundadora da Mak Valor Mentoring e da Academia VBHC, destacou que, para começar, é preciso ter uma perspectiva mais ampla sobre a importância dos PROMs. “A primeira pergunta que devemos fazer é: Por que coletar os desfechos? Para ajudar pacientes e seus familiares a tomarem decisões sobre a própria saúde, para subsidiar processos de melhoria contínua, inclusive do valor, e para aprimorar os modelos de remuneração”, resumiu.
A partir desses objetivos, continuou, é preciso definir padrões que tornem os dados coletados utilizáveis na prática. “É fundamental escolher métricas que façam sentido para a população que eu estou atendendo e construir um dashboard de valor associado às condições e necessidades locais”, afirmou.
Soraia Accioly, gerente técnica assistencial e de Qualidade no Hospital Santa Izabel, da Santa Casa da Bahia, compartilhou a experiência da instituição, que coleta PROMs desde 2018. “Somos um dos hospitais pioneiros do Programa de Desfechos Clínicos da Anahp e, atualmente, já temos dez 10 standards sets em medição. Começamos com abordagens pelo telefone e hoje também utilizamos o WhatsApp”, explicou.
Ela reforçou a orientação de Makdisse e destacou que uma das ações fundamentais foi estabelecer referências de valor específicas para a realidade local. “Para isso, foi importante ajustar os riscos internamente e estruturar os modelos de cuidado”, contou. Em sua opinião, a customização permite um olhar mais apurado para valorar os PROMs de acordo com a prática da organização.
Como principais desafios, Accioly citou o esforço para conquistar a adesão dos pacientes e a dificuldade de manter amostras relevantes por grandes períodos. “Temos medições que se estendem por cinco anos e é difícil sustentar um universo representativo por tanto tempo”, revelou.
Makdisse ressaltou que seguir coletando os PROMs por longos intervalos é fundamental, embora difícil. “O desfecho tem que traduzir a melhora da condição clínica ao longo do tempo”, argumentou. Por isso, completou, deve estar relacionado com planos de cuidado de longo prazo. “Não faz sentido continuar medindo se não tiver uma estratégia assistencial para promover o bem-estar do paciente nos próximos anos”, finalizou.
Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais
O debate “PROMs: Resultados relatados pelo paciente e o impacto na segurança do cuidado” teve a participação de Marcia Makdisse, fundadora da Mak Valor Mentoring e da Academia VBHC, e Soraia Accioly, gerente técnica assistencial e de Qualidade no Hospital Santa Izabel – Santa Casa da Bahia. A moderação foi feita por Suzana Alves, coordenadora do Núcleo de Inteligência Médica no Hcor.
Assista ao evento sobre “PROMs: Resultados relatados pelo paciente e o impacto na segurança do cuidado” na íntegra!