Homens e mulheres sofrem com varizes, principalmente após os 50 anos
Doenças venosas que causam problemas nos membros inferiores atingem em média 38% da população. O dado é da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, que aponta: 45% das mulheres e 30% dos homens são acometidos por varizes (levando em consideração todas as faixas etárias). Os problemas venosos aumentam de acordo com a idade, sendo que 70% das pessoas acima de 70 anos são acometidas pela doença.
Segundo o cirurgião vascular e chefe do serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital VITA Curitiba, Jorge Timi, os principais fatores de risco são predisposição familiar, ser do sexo feminino (proporção de até 2,3 para 1 homem), idade (quanto mais idoso, maior a prevalência), obesidade, número de gestações e alterações hormonais.
As varizes são veias permanentemente dilatadas, alongadas e tortuosas que provocam desconforto, dor e inchaço nas pernas e nos pés. “As veias são responsáveis pelo transporte do sangue dos tecidos do corpo ao coração”, explica o médico.
Se não cuidadas, as varizes podem evoluir para complicações tardias, iniciando-se com hiperpigmentação da pele até o aparecimento de feridas, que são chamadas de úlceras venosas. “Outra complicação que pode acometer o paciente é a flebite (inflamação das veias)”, enfatiza Timi.
Já as microvarizes, cujo nome técnico é telangectasias (vasinhos aparentes na pele) são mais comuns e são assintomáticas. Portanto, as varizes dos membros inferiores são uma só doença, desde um microvaso de pele até uma grande veia varicosa. Na hora de decidir sobre o tratamento, as varizes são dividas em assintomáticas e sintomáticas.
As varizes sintomáticas podem ser tratadas com o uso de medicamentos. Se mesmo assim persistirem os sintomas, o tratamento cirúrgico é indicado. Para as pacientes assintomáticas com preocupação estética e as sintomáticas, também com preocupação estética, são primariamente tratadas por cirurgia.
Tratamento – Atualmente, existem vários procedimentos que têm como objetivo tratar o problema e melhorar a aparência das pernas. São eles:
Escleroterapia – Conhecida por muitos como “aplicação de vasinhos”, é um tratamento destinado à eliminação das telangiectasias (vasinhos). Um líquido muito concentrado, chamado esclerosante, é injetado através de microagulhas, que são extremamente finas, dentro do vasinho. Este líquido provoca uma alteração na célula do vaso fazendo com que ele desapareça. Quando o líquido continua na circulação e atinge os vasos maiores é diluído pelo sangue e perde a concentração e, portanto, o efeito.
Laser transdérmico para telangiectasias (vasinhos) – Consiste no disparo do Laser através da pele promovendo a destruição da varicosidade pela dissipação de calor intenso, localizado e seletivo (fototermólise). O Laser transdérmico para telangiectasias tem como vantagem ser pouco invasivo (não usa agulhas), ser desprovido de reações alérgicas (não há injeção de medicamentos) e induzir menor reação inflamatória cutânea quando comparado a escleroterapia química.
Já o tratamento cirúrgico pode ser feito por:
Laser endovenoso para varizes – É realizado através da introdução de uma fibra fina na veia danificada através de uma punção ou pequena incisão (corte) na perna. O laser é emitido através da fibra, que é puxada através da veia oferecendo a quantidade certa de energia. O tecido alvo reage com a energia da luz, fazendo com que a veia seja fechada e o sangue é automaticamente encaminhado para outras veias saudáveis. Isso evita grande parte da dor e hematomas que são frequentemente associados com o método mais convencional de ligadura e retirada da veia safena (safenectomia). Pode ser feito em procedimentos selecionados com anestesia local ou regional (raqui e/ou peridural). Os pacientes geralmente retomam suas atividades normais mais precocemente que na cirurgia convencional de retirada da veia safena (safenectomia). Porém não resolve as veias varicosas tributárias ou não das veias safenas, sendo que estes ramos varicosos são retirados pela técnica convencional, no mesmo ato cirúrgico.
Tratamento de varizes por radiofrequência – O procedimento de tratamento de varizes por radiofrequência é uma alternativa de tratamento minimamente invasivo com menos dor e menos hematomas quando comparada à cirurgia convencional de retirada da veia safena. É realizado através da inserção de um cateter e aquecimento da parede da veia com temperatura controlada de energia por radiofrequência, ocasionando o fechamento da veia safena doente fazendo com que o sangue se direcione para veias saudáveis.
Espuma ecoguiada para tratamento de varizes – Uma agulha é introduzida na veia comprometida guiada por imagens de ecografia vascular e realizamos a injeção da espuma esclerosante (combinação de um liquido esclerosante denominado polidocanol e ar ambiente) ocasionando obliteração do lúmen da veia e oclusão da mesma. Se alguma veia não é completamente tratada, injeções adicionais podem ser dadas em sessões posteriores. Evidências atuais sobre a espuma ecoguiada para varizes sugerem que o método é eficaz no curto e médio prazos. Estudos têm demonstrado que o tratamento é bem sucedido em cerca de 67-94% de pacientes depois de três meses a 10 anos de seguimento.
Microcirurgia de varizes – É indicada para os casos mais leves de microvarizes. As microvarizes são retiradas por pequenas incisões, tão pequenas, que não necessitam pontos para cicatrizar. A cirurgia é feita com o auxílio de microganchos que retiram as veias e as eliminam. Este tipo de procedimento retira as veias reticulares (microvarizes) que estão sob a pele, formando trajetos azulados ou esverdeados. E que frequentemente estão intimamente associados com as telangiectasias ou vasinhos.
Cirurgia de varizes convencional – É um procedimento realizado em hospital para portadores de varizes de médio e grosso calibre. A necessidade de internação hospitalar não se estende além do dia da cirurgia. O tempo de repouso é mais prolongado, se estendendo por sete dias a um mês. Este procedimento vai tratar as veias aparentes e suas causas. Assim serão retiradas as safenas se estiverem doentes, as colaterais, as perfurantes, as veias reticulares.
Fonte: Hospital VITA Curitiba – 07.07.2014