Para enfrentar a crise, hospitais privados cortam despesas

Estudo feito pela Anahp aponta que hospitais estão reduzindo custos com contratos técnicos e operacionais, materiais, manutenção e assistência técnica, entre outros itens

O momento em que o setor hospitalar no Brasil se encontra é desafiador. Com o cenário formado por grande pressão por parte das operadoras de planos de saúde – em função do aumento da sinistralidade, do prazo de pagamento e das glosas –, os hospitais estão precisando revisar custos para identificar possíveis ineficiências que possam ser cortadas. Um levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) aponta um esforço nesse sentido entre seus 121 associados, quando comparados os dados de distribuição da despesa total, de janeiro a abril dos últimos três anos.

A despesa com contratos técnicos e operacionais caiu de 15,48% em 2021 para 11,56% em 2023. O mesmo movimento ocorreu com contratos de apoio e logística, passando de 3,36% para 2,75%. Despesas com materiais, utilidades, manutenção e assistência técnica e gases medicinais também apresentam patamares menores em 2023.

Como reflexo deste cenário, as despesas financeiras aumentaram, passando de 2,62%, em 2021 para 3,43% neste ano. O custo com pessoal, consequentemente, passou a ser mais significativo, atingindo o patamar de 42,78% em 2023, o que representa um aumento de 8,55 pontos percentuais em comparação com 2021.

As despesas com medicamentos, após a alta registrada em 2021 (13,28%) em razão da escassez e aumento dos custos provocado pela pandemia de Covid-19, têm voltado ao patamar histórico, representando 10,68% em 2022 e 11,16% em 2023.

“Os hospitais estão fazendo um grande esforço por conta das dificuldades de caixa para reduzir suas despesas. Esse esforço apresentou resultados que são visíveis”, afirma o diretor-executivo da Anahp, Antônio Britto.

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