Pandemia acelera necessidade de mudança no sistema de ensino e aprendizado em saúde

Com o isolamento social, professores e alunos tiveram que se adaptar rapidamente para dar continuidade às aulas, mas agora começam a rever os modelos que permanecerão

Nada será igual depois da Covid-19. A pandemia trouxe reflexões profundas sobre o modo de viver e acelerou as transformações em diversos setores, como o da educação. Com o mundo cada vez mais digital, fica a dúvida sobre os novos formatos de ensino, principalmente em áreas que requerem treinamento prático, como na saúde. Pensando nisso, o Conahp debateu ontem (18) o tema “Desafios para a formação dos profissionais de saúde no pós-pandemia”.

Com a participação de Silvia Mamede, vice-diretora do Institute of Medical Education Research Rotterdam – Erasmus Medical Center, Victoria Luby, senior client partner na Korn Ferry e Alexandre Campos, diretor acadêmico de ensino do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, e a mediação de Paulo Barreto, conselheiro da Anahp e CEO do Hospital São Lucas (SE), a discussão mostrou a necessidade de incorporar novos conteúdos e tecnologias ao ensino. “Temas que já eram discutidos há muito tempo, mas não eram valorizados, passaram a ter uma prioridade maior na pandemia. Um exemplo são os conteúdos da área de saúde pública, que se mostrou fundamental por sua capacidade de utilizar dados para construir modelos e prever como a pandemia vai se desenvolver”, ressalta Silvia.

Segundo Campos, “o mercado da saúde sempre foi muito dinâmico, mas a pandemia mostrou como devemos preparar os profissionais de uma forma diferente”. Em linha com o diretor acadêmico, Victoria defende mudanças no sistema de treinamento de executivos também para cargos altos. “O líder autodisruptivo está emergindo em vários setores, mas não tanto no da saúde até pouco tempo atrás”, completa. A definição é utilizada para o profissional com habilidade de se antecipar às demandas, dar um propósito ao trabalho, acelerar as inovações, se conectar com outras áreas da empresa e utilizar as características pessoais dos funcionários para contribuir com os avanços.

Embora a tecnologia tenha se fortalecido ainda mais durante o isolamento social, os especialistas em educação não acreditam que o ensino médico se tornará totalmente remoto. “Certas atividades não conseguem ser feitas com qualidade à distância, mas outras podem ser feitas online e com ganhos. A tecnologia veio para ficar, terá lugar na formação dos profissionais de saúde, mas não consigo imaginar como modalidade exclusiva na nossa área”, finaliza Campos.

O Conahp segue com mais debates sobre as lições da pandemia de Covid-19 até sexta-feira (20). Para acompanhar, acesse www.conahp2020.com.br. As inscrições são gratuitas.

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