Há alguns dias, os noticiários do mundo todo estão dando destaque para a epidemia de coronavírus, que matou mais de cem pessoas apenas na Província de Hubei, na China, e provocou o fechamento da cidade de Wuhan, considerada o epicentro da infecção. Há uma semana, Wuhan vive em uma espécie de quarentena. Não se pode entrar ou sair da cidade, o transporte público parou de circular, as aulas nas escolas e na universidade foram suspensas.
Mas o que é o coronavírus?
“Trata-se de uma família de vírus, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Este vírus que se espalhou na cidade chinesa é um novo tipo de coronavírus, identificado no final de 2019, quando ocorreram vários casos de pneumonia em moradores da cidade de Wuhan”, explica a infectologista do Hospital Mãe de Deus (HMD), Dra. Vanessa Schultz, médica responsável pelo Controle de Infeção do HMD.
Dra. Vanessa destaca que o coronavírus é geralmente encontrado em animais, mas pode ter um comportamento zoonótico, ou seja, ser transmitido de animais para seres humanos. “A transmissão para seres humanos não é comum, mas pode acontecer, assim como a transmissão de pessoa para pessoa. No entanto com este novo vírus a transmissão de pessoa para pessoa está bastante evidente. Pela forma rápida de disseminação este novo vírus é de grande importância e precisamos ficar atentos, visto que já há milhares de casos e registro de mais de 170 óbitos*”, explica.
Quais os principais sintomas?
Por ser um vírus respiratório, os sintomas podem ser semelhantes a um resfriado comum ou até mesmo uma infecção mais grave, causando pneumonia. Geralmente causa febre, tosse e falta de ar.
Quais as formas de prevenção?
A prevenção é basicamente como de uma gripe: higiene de mãos, que é o mais importante, com água e sabão ou álcool gel. É recomendável também evitar o contato com pessoas doentes que tenham sintomas respiratórios e que vieram de viagem da China e estão sintomáticas. Evitar contato com animais silvestres ou de criadouros que estejam doentes ou alimentar-se de alimentos mal cozidos ou crus, principalmente carnes com procedência desconhecida.
Qual o tratamento?
Não existe vacina ou tratamento específico para este vírus. “Existem algumas suposições e tentativas de tratamento com antivirais, mas nada comprovado. Ainda está em estudo se as pessoas respondem ao tratamento ou não”, explica Dra. Vanessa.
No Brasil ainda não existe registro de nenhum caso confirmado da doença, porém a Organização Mundial de Saúde já lançou a informação de alto risco de pandemia. Por isso, é importante que as estruturas hospitalares estejam preparadas: “Fazemos o acompanhamento semanal de casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave, portanto conseguimos identificar o aumento dos casos. Criamos um fluxo de atendimento, com uma área de isolamento, para pacientes suspeitos. A partir do fluxo, conseguimos fazer a detecção rápida de um possível caso e reduzimos o risco de transmissibilidade”, destaca o enfermeiro da área de Qualidade e Segurança, Diego Stumpfs.
Fonte: Mãe de Deus
Data: 04/02/2020