“Hospital Digital: Principais Desafios dos Estágios 6 e 7 da HIMSS” foi o tema do Café da Manhã realizado pela Folks, na quinta-feira (23), na sede da Anahp. Na apresentação, Claudio Giulliano e Heitor Gottberg, sócios-consultores da Folks, e Isabel de Jesus Simão, Business Development Manager da HIMSS Europe e HIMSS Analytics, explicaram os requisitos e dificuldades para se alcançar os mais altos níveis da certificação, que atesta o grau de adoção de tecnologia pelos hospitais, sendo que o nível 7 é considerado o hospital digital.
Até o nível 5 da certificação, os hospitais podem fazer uma auto-avaliação pela internet, na qual respondem um questionário sobre as tecnologias adotadas pelo hospital e depois enviar para a HIMSS, que confere o nível de certificação de acordo com a classificação do hospital. A partir do nível 6, o hospital é auditado presencialmente antes de conceder a distinção. Veja a apresentação em anexo com a tabela dos requisitos de cada nível.
Para conquistar os níveis 6 e 7, os hospitais terão que investir tempo e dinheiro, além de engajar corpo-clínico, pois aumentam as exigências . “Subir a ‘escada’ [dos níveis] aumenta a complexidade e o investimento financeiro”, enfatizou Giulliano durante a palestra.
Desafios do Estágio 6
No estágio 6, os médicos devem usar o prontuário em diferentes níveis; é preciso utilizar um circuito fechado de medicamentos e um sistema de suporte à decisão clínica.
O circuito de medicamentos engloba desde a prescrição até a administração de medicamentos ao paciente, o que envolve a prescrição de medicamentos em sistema – a validação e checagem, que pode acontecer com o sistema de apoio à decisão clínica, com alertas sobre as doses e alergia, por exemplo.
Depois é realizada a administração de medicamentos ao paciente, o que envolve uma série de tecnologias à beira do leito como PDA’s e smartphones, leitores de código de barras, entre outros.
Por último, é feito o e-mar, que é o registro completo da administração e checagem dos medicamentos e, por último, a reconciliação da medicação- que é a checagem final dos registros no e-mar.
“A [orientação] da medicação tem que estar inserida no sistema. Tudo aquilo que o paciente toma tem que estar no sistema”, destacou Isabel.
O sistema de apoio à decisão clínica pode ser classificado de três formas: passivo, ativo e interativo. Mas é este último o recomendado, pois ele além de armazenar a informação e realizar alertas também é capaz de propor condutas ao profissional.
Desafio 7
Se implantar o nível 6 exige recursos financeiros (basta analisar a quantidade de tecnologia requeridas à beira do leito), para chegar ao 7 – que é o hospital digital – as exigências são muito maiores e comparadas a uma verdadeira “maratona” para as entidades. Para se ter uma ideia dos desafios, na América Latina só existem hospitais nível 6 até o momento. Confira abaixo os requisitos:
-O circuito fechado de medicamentos fica ainda mais complexo com a inserção de informações de hemoderivados e também nutrição parenteral.
-É preciso que o hospital tenha uma política de disaster recovery – inclusive comum datacenter alojados em espaços físicos distintos.
– O hospital é paperless. Tudo deve estar funcionando digitalmente, com backups para todas as operações
-O sistema de apoio à decisão clínica é o interativo e colabora com sugestões de condutas.
-No hospital nível 7, já é possível usar de forma inteligente as informações com ferramentas de analytics, além de integrar informações dos monitores de UTI.
“Chegar lá [ ao nível 7] exige muita mudança e não será bem feito senão se planejar bem”, finaliza Giulliano, acrescentando que engajamento e orçamento também são fundamentais para a transição rumo ao hospital digital.
Na foto, Heitor, Claudio e Isabel.