A primeira Jornada Digital Anahp de 2025 encerrou sua programação com um debate sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) na eficiência operacional das instituições de saúde. O evento reuniu especialistas para discutir como esta tecnologia inovadora está transformando processos, otimizando a gestão hospitalar e melhorando o atendimento ao paciente, e contou com a participação de 590 pessoas de todo o país.
Participaram do debate:
- Marco Bego, diretor-executivo do Instituto de Radiologia do HCFMUSP
- Victor Gadelha, Head de Educação, Pesquisa e Inovação da Dasa
- Vitor Ferreira, CIO no Sabará Hospital Infantil
- Moderação: Felipe Cabral, gerente médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento
Confira os principais pontos do debate:
IA como ferramenta estratégica para eficiência operacional
A Inteligência Artificial é uma inovação tecnológica essencial para otimizar fluxos hospitalares, reduzir desperdícios e acelerar a tomada de decisão. O uso de algoritmos avançados permite que hospitais melhorem a gestão de leitos, automatizem processos administrativos e otimizem a jornada do paciente.
NA PRÁTICA
No Instituto de Radiologia do HCFMUSP, a IA tem sido utilizada para automatizar a triagem de exames, priorizando casos urgentes e reduzindo o tempo de resposta médica.

“A IA nos permite usar os recursos de forma mais inteligente. No InRad, conseguimos reduzir drasticamente o tempo de espera para exames emergenciais.” – Marco Bego
Predição de demanda e otimização de recursos
A IA pode antecipar padrões de demanda hospitalar, ajudando na gestão de equipes, insumos e infraestrutura. Modelos preditivos baseados em Inteligência Artificial permitem identificar picos de atendimento, ajustar escalas de trabalho e prever necessidades de internação.
NA PRÁTICA
Na Dasa, a Inteligência Artificial tem sido aplicada na previsão de volume de exames e consultas, permitindo ajustes operacionais antes de surgirem gargalos.

“Quando conseguimos antecipar a demanda, ganhamos eficiência e qualidade. A IA nos dá previsibilidade e reduz desperdícios operacionais.” – Victor Gadelha
Segurança do paciente e detecção de eventos adversos
A Inteligência Artificial está sendo usada para monitorar prontuários eletrônicos e identificar padrões que indicam riscos ao paciente, como interações medicamentosas perigosas ou sinais precoces de deterioração clínica.
NA PRÁTICA
O Sabará implementou um sistema para analisar registros médicos e alertar equipes sobre possíveis complicações antes que elas se agravem.

“A IA é um apoio essencial para a segurança do paciente. Ao cruzar dados em tempo real, conseguimos agir antes que um evento adverso aconteça.” – Vitor Ferreira
Humanização do atendimento
Um dos receios frequentes é que a IA possa tornar o atendimento mais frio e impessoal e, até mesmo, substituir o papel do médico. No entanto, os especialistas reforçaram que a tecnologia é realmente eficaz quando utilizada como ferramenta de apoio, permitindo que os profissionais dediquem mais tempo ao contato humano.
NA PRÁTICA
No Moinhos de Vento, a IA tem sido usada para automatizar tarefas administrativas, liberando os profissionais para se concentrarem no cuidado ao paciente.

“Quando bem aplicada, a IA melhora a relação médico-paciente. Ela assume tarefas burocráticas, permitindo que os profissionais foquem no que realmente importa: o cuidado.”
– Felipe Cabral
Desafios na implementação
Apesar das vantagens, a adoção da IA no setor hospitalar ainda enfrenta desafios regulatórios, culturais e tecnológicos. Questões como segurança de dados, interoperabilidade e aceitação por parte dos profissionais de saúde precisam ser superadas.
NA PRÁTICA
No InRad, um dos principais desafios foi integrar a IA aos sistemas legados dos hospitais, garantindo que a tecnologia funcionasse sem comprometer fluxos já estabelecidos.
“A IA sozinha não resolve problemas. O grande desafio é integrá-la ao ambiente hospitalar sem criar barreiras para os profissionais.” – Marco Bego
Ética e regulação
O avanço da IA traz questões importantes, como o uso responsável de dados, viés algorítmico e a necessidade de supervisão humana nas decisões clínicas.
NA PRÁTICA
A Dasa tem investido em auditorias constantes dos algoritmos para garantir que as decisões sejam transparentes e que nenhum viés prejudique pacientes ou gere desigualdades no atendimento.
“A IA deve ser confiável e transparente. Precisamos garantir que os algoritmos sejam auditáveis e livres de vieses prejudiciais.” – Victor Gadelha
O que dizem os especialistas?
O debate mostrou que a Inteligência Artificial já é uma realidade na saúde, trazendo ganhos expressivos de eficiência, segurança e personalização do atendimento. No entanto, sua implementação exige planejamento, integração cuidadosa e supervisão contínua.
Os hospitais que conseguirem equilibrar inovação tecnológica, ética e humanização do atendimento terão um diferencial competitivo e estarão mais preparados para os desafios da saúde no futuro.
Assista à íntegra do debate:
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