Jornada Digital | Confiança, cultura e liderança: caminhos para captar e reter talentos na saúde

O último encontro da Jornada Digital Anahp de abril, realizado nesta quinta-feira (24), reuniu especialistas para debater o desafio de atrair e reter profissionais em saúde, um setor que exige excelência técnica e sensibilidade humana. Os convidados destacaram o ambiente de convivência entre diversas gerações, transformações tecnológicas e sobrecarga emocional. Trouxeram ainda experiências reais de quem lida, na rotina hospitalar, com as peculiaridades da formação de equipes, da escuta ativa e da construção de vínculos duradouros em meio a tantos perfis, histórias e expectativas.

Participaram do encontro:

  • Jaqueline Alves Pereira, gerente de Pessoas e Cultura da área da Saúde do Grupo Marista
  • Katherine Seibel, gerente de Gente e Gestão do Hospital Moinhos de Vento
  • Raquel Oliveira, diretora da Rheserva Consultoria
  • Moderação: Leandro Ortigoza, superintendente de Gente & Gestão do Real Hospital Português

Confira os principais pontos do debate:

Cuidar de pessoas começa com quem lidera

Reter talentos exige mais do que benefícios: passa por relações de confiança e respeito. Para os especialistas, a liderança tem papel central nesse processo, especialmente em equipes formadas por diferentes gerações e perfis. Quando há escuta ativa e construção de vínculos, o ambiente se torna mais saudável e integrado.

NA PRÁTICA
Formar líderes para que estejam preparados para se comunicar com clareza, escutar com empatia e fortalecer a autonomia das equipes por meio do autoconhecimento e do protagonismo.

A cultura também é o ponto de partida

Atrair e reter profissionais começa por ter clareza sobre quem é a organização e quais valores ela cultiva. Definir competências alinhadas ao propósito institucional é um passo essencial.

NA PRÁTICA
Definir as competências que refletem a essência da instituição, capacitar líderes para serem exemplos dessa cultura e considerar o alinhamento de valores desde o processo seletivo.

Cada geração tem uma trajetória

Liderar pessoas de diferentes idades exige sensibilidade. É preciso adaptar a escuta, reconhecer o momento de vida de cada um e dar espaço para que todos se sintam valorizados — cada qual com sua trajetória.

NA PRÁTICA
Criar espaços de troca entre gerações, promover iniciativas que valorizem o protagonismo e adaptar a gestão à realidade dos colaboradores.

Tecnologia para aproximar

Mais do que encontrar “a melhor ferramenta”, o foco deve ser o uso inteligente da tecnologia para liberar tempo de qualidade para conversas, escuta e acompanhamento.

NA PRÁTICA
Adotar sistemas que otimizem processos e gerem dados úteis sobre clima e engajamento, criando mais espaço para que os líderes se dediquem ao que realmente importa: as pessoas.

Diversidade, inclusão e inovação

Programas de diversidade bem estruturados contribuem diretamente para a retenção de talentos ao criar ambientes mais justos, representativos e seguros psicologicamente.

NA PRÁTICA
Estabelecer pilares de diversidade com metas claras (como profissionais 50+, mulheres na liderança, pessoas com deficiência e raça/cor), envolver lideranças e monitorar resultados com indicadores sociais.

Saúde emocional e espaços de cuidado

A saúde emocional dos colaboradores deve ser tratada com a mesma importância que qualquer indicador de desempenho. As instituições precisam cuidar de quem cuida. Isso inclui apoio psicológico, espaços de descompressão e ações integradas de saúde física, mental, social e espiritual.

NA PRÁTICA
Oferecer canais de atendimento psicológico, formar lideranças para identificar sinais de adoecimento emocional e criar espaços de relaxamento e conexão.

Corpo clínico também precisa de gestão

Mesmo em formatos PJ ou híbridos, o corpo clínico precisa ser incluído nas estratégias de cultura, engajamento e clima. Gestores médicos são aliados centrais nesse processo.

NA PRÁTICA
Aplicar pesquisas de clima específicas, criar programas de escuta e engajamento para o corpo clínico e aproximar as lideranças médicas das demais estratégias organizacionais.

Alta liderança como modelo e apoio

Para que tudo isso aconteça de verdade, o apoio da alta liderança é essencial. Não basta endossar os discursos — é preciso dar o exemplo, participar e investir nas pessoas.

NA PRÁTICA
Envolver CEOs e superintendentes nos programas de cultura e bem-estar, garantir coerência entre discurso e ações e criar espaços de escuta direta com colaboradores.

O que dizem os especialistas?

O debate apontou que reter talentos na saúde é mais do que combater o turnover — é construir vínculos verdadeiros com base em confiança, coerência e cuidado. As experiências compartilhadas mostraram que, quando as lideranças estão presentes, as culturas são vividas e as pessoas se sentem vistas, o resultado é um ambiente mais sustentável, saudável e engajado. Em um setor onde cuidar é a essência, o maior ativo continuará sendo quem cuida. E esta é uma responsabilidade institucional.

Confira os próximos eventos da Anahp e participe!

Eventos Agendados

Compartilhe

Você também pode gostar: