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Hospital Moinhos de Vento realiza cirurgia inédita no Sul do Brasil

“Estava numa situação de calamidade absoluta causada pela dor que começava no peito e se espalhava pelo corpo. Já não podia mais trabalhar, a morfina estava sendo aplicada a cada duas horas e não morava mais na minha casa. A melhora foi muito grande, agora posso voltar a viver”. O depoimento é de uma paciente que, depois de sofrer por 7 anos com as dores causadas pela angina de Prinzmetal, passar por 6 angioplastias e ficar 49 dias internada, mudou completamente de vida após passar por uma cirurgia inédita realizada no Sul do Brasil.

O resultado foi conquistado com uma intervenção cirúrgica realizada recentemente no Hospital Moinhos de Vento. O procedimento consiste na instalação de um neuroestimulador medular percutâneo implantado no espaço peridural para evitar que as dores causadas pela doença se manifestassem. O procedimento é considerado uma novidade pois o aparelho é utilizado para diminuir dores causadas por falhas de cirurgia lombar e dores neuropáticas.

A paciente estava incapacitada e conseguiu ter alta logo após a intervenção. Ela já havia feito 22 cateterismos cardíacos, e, sendo que no último exame, os médicos perceberam espasmos nas artérias coronárias. A partir daí, viu-se que o problema não seria solucionado apenas com medicamentos. Foi então que a equipe médica sugeriu o neuroestimulador para a melhora da dor. Ele foi implantado no espaço peridural para estimulação medular, melhorando o desconforto causado pela angina.

O aparelho é de formato semelhante a um marca passo cardíaco. O grande diferencial deste é que ele possui um sensor que reconhece a posição do paciente, aumentando ou diminuindo o estímulo (a medula se aproxima ou se afasta dos eletrodos conforme a posição em que o indivíduo está).

A tecnologia e expertise para a implantação deste método, segundo o médico anestesiologista especialista em tratamento da dor e cuidados paliativos, Marcos Sperb Bicca da Silveira, membro da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento, é menos invasiva do que a tradicional. No entanto, necessita de avaliação prévia do paciente por uma equipe multidisciplinar formada por anestesiologistas, psiquiatras e neurologistas com área de atuação em dor. Nesta intervenção, realizada pelo Dr. Bicca auxiliaram também os neurocirurgiões Arthur de Azambuja Pereira Filho e Nelson de Azambuja Pereira Filho.

De acordo com o Dr. Bicca, os neuroestimuladores são sistemas que modulam os sinais de dor, através de estímulos elétricos não dolorosos, desencadeados pela instalação de eletrodos e um gerador. “Não tenho conhecimento de que este tipo de procedimento tenha sido feito no sul do Brasil para este quadro clínico. É algo inédito e que pode melhorar muito as dores de pacientes graves como neste caso, conforme já comprovavam as pesquisas cientificas”, diz o médico.

O aparelho pode ser retirado, se necessário. Apenas uma parte dele precisa ser trocada a cada nove anos. Agora, são necessárias consultas de rotina. “Daqui por diante posso curtir minha família, meus amigos, minha vida”, finaliza a paciente.

Fonte: Hospital Moinhos de Vento – 02.10.2014

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