Desde o início de agosto de 2016, o Hospital Anchieta é o único a realizar Transplante Fecal no Distrito Federal. O procedimento consiste na realização da troca da flora intestinal de um doador saudável para um receptor infectado. O material é coletado, misturado a uma solução e colocado no intestino do paciente.
Apesar de ser pouco discutido entre os médicos no Brasil, o tema vem ganhando cada vez mais espaço e, nos Estados Unidos, já foi criado até um centro de doação de fezes. De acordo com o nutrólogo Matheus Caputo, médico do Hospital Anchieta, o método, também conhecido como terapia bacteriana, tem como objetivo repor bactérias benéficas que foram mortas ou suprimidas, normalmente por antibióticos, resultando numa superpopulação de bactérias maléficas, especificamente o Clostridium difficile. Em estudos científicos, o sucesso é de 87%, porém, no Hospital Anchieta o índice de sucesso é 100%.
“Na nossa técnica é realizada a passagem de sonda naso-enteral e locada no jejuno (parte do intestino delgado) por endoscopia. Através desta sonda fazemos a infusão do líquido contendo as bactérias. Normalmente solicitamos que o doador seja do mesmo ambiente familiar, pois assim compartilhará da mesma flora intestinal. A resposta terapêutica acontece nas primeiras 24h após a realização do procedimento”, explica o especialista.
Além da infecção intestinal, o Dr. Matheus Caputo explica que no momento está em estudos o uso da terapia para tratar Doença de Crohn, Retocolite ulcerativa, obesidade, entre outras.
Clostridium Difficile: este micro-organismo faz parte da flora intestinal de todos os indivíduos, porém o uso indiscriminado de antibióticos propicia a superpopulação desta bactéria causando um desequilíbrio, que normalmente é de difícil controle. “Através da terapia bacteriana conseguimos fazer com que haja um equilíbrio desta flora”, explica o médico.
Fonte: Hospital Anchieta