Contar com um gesto voluntário e de solidariedade para viver mais e melhor. Atualmente, essa é a expectativa vivida pelos mais de 30 mil brasileiros que aguardam por um transplante na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Para chamar atenção a esse duro cenário, profissionais do Hospital Márcio Cunha (HMC) vão às ruas em Ipatinga nesta segunda-feira (29) para conscientizar a população sobre a importância desse gesto, destacado pelo Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado no dia 27/09.
Das 13h às 17h, na Praça 1º de Maio, no Centro da cidade, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogo que integram a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HMC irão distribuir materiais informativos à população, além de permanecerem disponíveis para esclarecer dúvidas sobre o assunto. O trabalho contará ainda com a participação de membros da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e da Associação dos Portadores de Insuficiência Renal do Vale do Aço (Apirva), parceiros do hospital em diversas ações de conscientização e de apoio aos pacientes da instituição.
“A data é extremamente relevante para relembrar e alertar as pessoas para este gesto de solidariedade a quem precisa. Para se tornar um doador, não é preciso deixar nada por escrito. Basta informar a sua vontade para a sua família, porque apenas eles podem autorizar a remoção de órgãos e tecidos para doação. Quando a pessoa não avisa, a família pode ficar em dúvida”, explica o enfermeiro Leonardo Rodrigues Paes Corrêa.
Ajuda a muitas vidas
Rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como córneas, pele e ossos, podem ser retirados de um único doador, com a autorização da família, e salvar muitas vidas. Os órgãos são transplantados primeiro para os pacientes compatíveis que estão aguardando em lista única da central de transplantes da secretaria de saúde de cada Estado, controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.
Em Minas, o órgão responsável é o MG Transplantes, que estrutura suas ações por regionais e possibilita que os órgãos captados em cada uma delas sejam transplantados na mesma. É essa prática que permite ao Hospital Márcio Cunha, único centro transplantador no Leste de Minas Gerais, realizar captações e transplantes renais em pacientes do próprio Vale do Aço e das regiões que abrangem cidades como Teófilo Otoni, Governador Valadares, Caratinga e Manhuaçu. Somente neste ano, já foram realizados 30 transplantes renais no HMC.
Quem pode doar
Muita gente não sabe, mas existem dois tipos de doador. O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, desde que não prejudique a própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, só com autorização judicial. E o doador falecido, que são pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de dano cerebral irreversível, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
Fonte: Hospital Márcio Cunha – 29.09.2014