Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Colesterol elevado entre crianças e adolescentes preocupa

Substância é necessária para o corpo humano, mas níveis devem ser controlados

Os brasileiros precisam aprender a controlar o colesterol desde cedo para prevenir problemas cardiovasculares. No Dia Nacional de Controle do Colesterol (8 de agosto), entidades e médicos fazem um alerta para o elevado número de crianças e adolescente com o problema. Estudo sobre a alimentação realizado em 2009 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que jovens com idade entre 14 e 18 anos são os que possuem a maior ingestão diária de colesterol. “Agora, esse número está ainda mais alto”, aponta o cirurgião cardiovascular e diretor clínico do Hospital VITA, Luiz Fernando Kubrusly.

O resultado desse levantamento é consequência dos itens preferidos na mesa dos adolescentes, como biscoitos recheados, doces, sanduíches, frituras e salgadinhos. Segundo o estudo, os meninos de 14 a 18 anos são os que mais ingerem calorias: são 2.289 kcal diárias, em média – quantidade 27% maior que os idosos. Já entre as mulheres, as adolescentes de 14 a 18 anos são as que têm alimentação mais calórica, com 1.930 kcal/dia.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelam que 40% da população brasileira tem colesterol elevado, sendo que as mulheres representam 30% desse grupo. O problema é um dos fatores mais importantes contribuindo para cerca 300 mil mortes anuais causadas por doenças cardíacas.

Kubrusly ressalta que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de mortes no Brasil, e 50% dos ataques cardíacos poderiam ser evitados se os níveis de colesterol fossem controlados. Por isso, recomenda-se que, a partir destas idades, sejam realizados exames para medir as dosagens de colesterol e triglicérides.

O desenvolvimento das doenças cardiovasculares está associado a diversos fatores de risco que podem ser controlados com a mudança de hábitos de vida. Alimentação rica em gorduras saturadas, sedentarismo, obesidade, pressão alta, diabetes, tabagismo, fatores genéticos e hereditários estão entre as causas que influenciam para o agravamento de problemas do coração.

“O colesterol não é sempre um vilão. É um tipo de gordura presente nas células, que é muito importante para a saúde”, explica o especialista. A substância é a base para a produção de hormônios e auxilia na formação da membrana das células do corpo, além de servir como uma capa protetora para os nervos. É necessário para a produção de vitamina D e bile (fluido produzido pelo fígado). “Por isso, o colesterol é fundamental para o bom funcionamento do organismo. O mal está no excesso”, destaca Kubrusly.

O colesterol é formado por frações e as duas mais importantes são:

HDL – High Density Lipoprotein (lipoproteína de alta densidade), colesterol “bom”: Devido ao seu fator protetor, ajuda a remover o excesso do colesterol “ruim” do sangue e reduz o risco de formação de placas de gordura. “Quanto maior a quantidade, melhor”, explica o médico.

LDL – Low Density Lipoprotein (lipoproteína de baixa intensidade), colesterol “ruim”: Contribui diretamente para a formação de placas de gordura, indicando risco aumentado de infarto, derrame cerebral e entupimento das artérias das pernas. “Já este deve esta presente em menor quantidade”, alerta Kubrusly.

Níveis de colesterol – De acordo com a SBC, os níveis ideais de colesterol no sangue devem ser:

– Colesterol Total – abaixo de 200mg/dl de sangue;

– Bom Colesterol (HDL) – acima de 35mg/dl de sangue;

– Mau Colesterol (LDL) – abaixo de 130mg/dl de sangue. “Dependendo da existência de entupimentos, pode desejar um valor de LDL ainda mais baixo”, destaca o especialista.

Sintomas – O colesterol elevado não apresenta nenhum sintoma, por isso, muitas pessoas nem sabem que possuem o problema. A única maneira de saber se há alteração é realizando um exame de sangue. “Portanto, é preciso realizar checagens anuais para descobrir e controlar o nível de colesterol”, alerta o médico.

Por não ser solúvel no sangue, seu excesso deve ser eliminado do organismo. Embora necessário ao nosso corpo, o colesterol passará a ser prejudicial se os níveis no sangue estiverem acima do normal. O colesterol em excesso é depositado na parede das artérias, formando placas de gordura, que podem entupir as artérias e dificultar a passagem do sangue. Este entupimento é chamado de aterosclerose.

O colesterol alterado tem controle relativamente fácil, que geralmente resume-se com dieta e prática de atividades físicas. “Se o resultado desejado não for obtido, opta-se pelo uso de medicamentos (estatinas) para baixar o colesterol ruim de maneira mais efetiva”, frisa Kubrusly.

Fonte: Hospital VITA  – 07.08.2014

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