Café da Manhã: Desnutrição hospitalar é um grave problema de saúde pública

Condição que atinge 48% dos pacientes internados prejudica os resultados clínicos e aumenta os custos assistenciais

A Anahp realizou mais uma edição do seu tradicional Café da Manhã na última terça-feira (03), desta vez sobre o tema “Nutrieconomia na prática: estudo de mundo real de custo-efetividade da terapia nutricional oral”. O evento ocorreu em parceria com a Danone, um dos líderes mundiais no setor de alimentos, consolidado no Brasil como sinônimo não só de iogurte, mas também de nutrição, saúde, qualidade e inovação.

João Paulo Reis Neto, diretor-presidente da Capesesp – Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde, apresentou o trabalho “Nutrieconomia e Sustentabilidade” fazendo uma associação do assunto com o cenário atual da saúde suplementar no Brasil. “O momento é de alinhamento com foco na sustentabilidade, pois os custos vão continuar crescentes. O que podemos fazer é otimizar e racionalizar”, alertou.

A nutrieconomia busca integrar as melhores soluções nutricionais com equilíbrio financeiro a fim de melhorar os desfechos na saúde. “É um instrumento importante para a tomada de decisões, pois introduz a racionalidade econômica para complementar a prática clínica”, definiu Reis Neto. Ele reforçou que a desnutrição tem impacto relevante nos resultados terapêuticos e nos custos e revelou que as despesas hospitalares diárias podem ser 60,5% maiores na assistência a pacientes desnutridos. “A falta de nutrição adequada eleva a conta de R$ 745,20 para R$ 1.231,20 por dia”, resumiu.

Sarah Rodrigues, gerente de Economia da Saúde da Danone, reforçou a importância desse tema argumentando que a nutrição merece análise exclusiva na Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) – o processo de estudo contínuo e síntese dos benefícios para a saúde e consequências econômicas e sociais de novas tecnologias e práticas. “A nutrição não atende apenas a uma condição e tem efeito variável em corpos diferentes, bem como critérios distintos para avaliação de risco”, explicou.

Marisa Chiconelli Bailer, coordenadora de Nutrição do Hospital Samaritano Higienópolis, contribui apresentando o estudo “Terapia Nutricional Oral – Estudo de mundo real de custo-efetividade”, realizado na instituição onde atua, em São Paulo – SP. “Nosso objetivo foi demonstrar as consequências práticas e oferecer dados objetivos para argumentar com a alta direção”, afirmou. A pesquisa identificou, por exemplo, que existe um aumento de R$ 4 mil para R$ 11 mil no custo médio de internação de pacientes oncológicos associado à terapia nutricional.

Reis Neto lembrou da extensão do problema alertando que a desnutrição é, na verdade, uma questão de saúde pública que afeta tanto a iniciativa pública quanto a privada. Segundo ele, entre os pacientes críticos, até 68% são admitidos com desnutrição e 48,1% de todas as pessoas internadas apresentam essa condição. “É um assunto urgente e que merece toda a nossa atenção no momento”, finalizou.

Assista o evento na íntegra:

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