Café da Manhã debateu inovação na abordagem de distúrbios eletrolíticos na UTI

Incorporação de avanços terapêuticos, abordagem multidisciplinar e educação dos pacientes são a base para soluções eficazes

O manejo dos distúrbios eletrolíticos em pacientes de UTI foi o tema central do Café da Manhã Anahp realizado nesta terça-feira (03), em parceria com a AstraZeneca. O encontro, conduzido por Fabrício Assami Borges, coordenador de Terapia Intensiva e líder da Cardiologia no Hospital Santa Paula, abordou o tratamento da hiperpotassemia, uma condição potencialmente fatal, como base para as discussões.

“Embora não seja o distúrbio eletrolítico mais comum, a hiperpotassemia é grave, pois pode causar arritmias e até morte súbita se não tratada rapidamente”, explicou Borges. E apontou que 25% dos pacientes com insuficiência renal aguda em UTI enfrentam o problema, reforçando a necessidade de uma abordagem ágil e eficiente.

O palestrante enfatizou que o manejo eficaz da hiperpotassemia envolve três passos simultâneos: estabilização cardíaca, redistribuição do potássio para dentro das células e sua remoção definitiva do organismo. Borges ainda destacou que o uso isolado de medidas paliativas pode expor o paciente a novos episódios de risco. “É fundamental abordar todos os aspectos ao mesmo tempo para evitar complicações recorrentes”, alertou.

Entre as inovações discutidas, o ciclossilicato de zircônio sódico se destacou como uma solução promissora. Este quelante seletivo permite a eliminação segura do potássio pelo trato gastrointestinal, com efeitos rápidos e menor incidência de efeitos colaterais. “Essa nova medicação tem revolucionado o manejo da hiperpotassemia, proporcionando maior segurança para os pacientes e facilidade de uso para as equipes médicas”, afirmou.

Além dos avanços terapêuticos, Borges ressaltou a importância da educação e integração multidisciplinar para prevenir complicações. Ele reforçou que a orientação adequada sobre os sinais de alerta, como ganho de peso súbito, pode evitar readmissões hospitalares e melhorar a qualidade de vida. “A insuficiência cardíaca, por exemplo, é responsável por altas taxas de mortalidade e internação, por isso o acompanhamento próximo e contínuo é fundamental”, pontuou.

O encontro também abordou os impactos econômicos e sistêmicos sobre a assistência, pois, com o envelhecimento da população e o aumento da prevalência de doenças crônicas, o custo do manejo inadequado cresce exponencialmente. “A hiperpotassemia não é apenas um problema médico, mas também uma questão de sustentabilidade para o sistema de saúde”, resumiu.

Por fim, Borges destacou que os avanços recentes oferecem novas perspectivas para a prática médica, mas que ainda há espaço para melhorias. “Com inovações como o ciclossilicato de zircônio sódico estamos mais bem equipados para tratar nossos pacientes. No entanto, a educação e o trabalho em equipe continuam sendo pilares fundamentais para o sucesso do tratamento”, finalizou.

Assista ao evento na íntegra:

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