90% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco
O Dia Nacional de Combate ao Fumo (29.08) visa reforçar as ações de sensibilização e mobilização da população brasileira para os danos que o tabaco causa à saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fumar é a principal causa de morte evitável no mundo. O câncer de pulmão é a doença que mais se destaca, com 90% dos casos diagnosticados associados ao consumo de derivados de tabaco.
“O cigarro contém cerca de 4.700 substâncias conhecidas. O principal, da fase gasosa, é o nitrogênio, seguido do oxigênio, gás carbônico e monóxido de carbono. A fase particulada do cigarro contém outras substâncias, como alcatrão, nicotina, fenol, ácido fórmico, chumbo, cádmio, zinco e níquel”, destaca o pneumologista do Hospital Anchieta, Daniel Boczar.
De modo geral, todas as substâncias presentes na fumaça do cigarro podem agredir diversos órgãos. Elas danificam a parede dos vasos sanguíneos, promovem inflamação no tecido que envolve os pulmões, enfraquecem o sistema imunológico, causam AVC e propiciam mais de uma dezena de tipos de câncer.
Hora de Parar – Segundo Dr. Boczar, a dependência é causada pela nicotina. “Ela se liga às células cerebrais, criando um mecanismo de satisfação. Como qualquer droga, a dependência exige uma dose cada vez mais elevada para produzir o mesmo efeito”.
Para quem deseja parar de fumar, o tratamento pode começar com terapia de reposição de nicotina (adesivos, aerossol de nicotina ou goma de mascar). Já os medicamentos recomendados são os antidepressivos bupropiona, nortriptilina e a vareniclina – essa última desenvolvida exclusivamente para o tratamento do tabagismo. Todas devem ter acompanhamento médico especializado.
“O tratamento é baseado em medidas cognitivo-comportamentais e algumas medicações. É importante salientar que os remédios são parte do tratamento e que é necessário, primeiramente, que o paciente manifeste o desejo de cessar o tabagismo. Sem isso o tratamento perderá em efetividade”, finaliza o pneumologista.
Fonte: Hospital Anchieta – 27.08.2014