Executivos de hospitais de excelência se reúnem para debater o futuro do segmento no Conahp 2022
Com a proximidade de um novo ano e considerando o cenário que se desenha a partir da mudança no governo, especialistas do setor da saúde se reuniram nesta quinta-feira (10) para um debate sob o tema “Como estamos nos preparando para a gestão hospitalar em 2023”, no primeiro dia presencial do Conahp 2022.
Com a mediação do diretor-executivo da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), Antonio Britto, a mesa redonda contou com a participação de nomes como Romeu Cortes Domingues, presidente-executivo do Conselho de Administração da Dasa; Eduardo Amaro, diretor do Grupo Santa Joana; Fernando Torelly, CEO do Hcor e presidente da Associação Voluntários da Saúde; Henrique Neves, diretor geral do Hospital Israelita Albert Einstein; Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento; e Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei de Saúde.
“2023 é o ano em que temos que olhar para dentro de nossas organizações, cuidar de nós, das pessoas que trabalham com a gente e que são, definitivamente, a essência do nosso negócio”, destacou Torelly.
Os especialistas, que também fazem parte do Conselho de Administração da Anahp, foram unânimes ao identificar como principais desafios a busca por maior eficiência e redução do desperdício, a fim de possibilitar a criação de novos modelos de remuneração que estejam alinhados com a realidade do país.
Conforme apontou Salvador, o momento econômico enfrentado pelo país gera impactos em todas as áreas, sobretudo na saúde. “Para que possamos continuar crescendo, temos que investir muito mais em qualidade assistencial e processos mais maduros e trabalhar a eficiência do setor com a redução do desperdício, buscando margens diferenciadas.”
Parrini reforçou a mensagem, alegando considerar o investimento em pessoal muito abaixo do que é aplicado em outros setores. “Temos que mudar a percepção de que gasto com pessoal é despesa. Gasto com pessoal é investimento.”
Domingues complementou a fala do colega, ressaltando a importância de investir em tecnologia e gestão de dados, bem como aprimorar a integração das redes visando melhorar a jornada do paciente nos campos físicos e virtuais. “Na Dasa, estamos focados em melhorar nossas plataformas internas e incorporar startups para facilitar a integração. Para 2023, o caminho é continuar buscando soluções nesse sentido.”
Amaro, que é o presidente do conselho da Anahp, demonstrou otimismo em relação à oportunidade para o crescimento do setor e que, com a mudança no governo, as esperanças se renovam. No entanto, reiterou ser necessário estar atento aos obstáculos de uma área que é muito dinâmica.
“Precisamos levar a lição para casa, trabalhar pontos cruciais, como a redução do desperdício em todas as esferas do negócio, buscando mais estabilidade para que possamos nos fortalecer”, pontuou.
Para Neves, os problemas da saúde no país são complexos, portanto, defende que 2023 será um ano para a busca de soluções que contemplem todas as esferas a fim de estabilizar o sistema. “As soluções para a saúde não são rápidas e nem superficiais. Com o futuro governo, vamos continuar desenvolvendo nossas propostas e buscando sempre o diálogo.”
“Porém, independentemente da mudança de governo, a saúde deverá seguir como uma prioridade”, finalizou Torelly.