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Com mais de mil casos registrados, Febre Chikungunya pode virar surto em 2015

Circulando no Brasil desde 2013, o vírus tem como hospedeiro o mesmo mosquito transmissor da dengue; infectologista do Hospital Villa-Lobos explica o que é essa doença

Parece dengue, mas não é. No entanto, a doença tem em comum os sintomas e a forma de transmissão. A Febre Chikungunya parece enfermidade importada, mas circula no Brasil desde 2013. Em 2014, inúmeros casos foram registrados em vários estados brasileiros. No início de dezembro, o Ministério da Saúde havia notificado o registro de 1.364 casos da Febre no Brasil até o dia 15 de novembro. Desse total, 71 foram importados e os outros 1.293 casos foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde, normalmente, ocorre a transmissão. Por parecer uma gripe forte, as pessoas infectadas podem não procurar socorro, no entanto, o infectologista chefe do Hospital Villa-Lobos, Cláudio Gonsalez avisa: “A automedicação é perigosa e desaconselhada, por mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro da doença”.

De origem africana, a palavra Chikungunya significa “aquele que se deita” ou “aquele que se curva”. A referência deve-se a um dos principais sintomas da doença: a prostração, causada pelas dores articulares intensas e febre alta. O primeiro registro da enfermidade ocorreu na Tanzânia, em 1952, e de lá migrou para países da Ásia e da África e, recentemente, para o continente americano. No Brasil, dos 1.293 casos autóctones, 531 foram registrados nos municípios de Oiapoque (AP), Feira de Santana (BA), Riachão de Jacuípe (BA), Matozinhos (MG), Pedro Leopoldo (MG) e Campo Grande (MS), segundo o Ministério da Saúde. Especialistas já preveem um surto da Febre em 2015. Isso por que o Aedes Aegypti, transmissor da Dengue,  também carrega o vírus da Febre Chikungunya e as pessoas não têm imunidade a ele ainda.

“A doença provoca sintomas similares aos da Dengue, porém, com dores mais fortes, sobretudo nas articulações. Dores de cabeça e musculares também são frequentes, além das manchas vermelhas na pele, acompanhadas de febre súbita e intensa, acima de 39 graus”, enumera o médico. Segundo ele, quando associada a outros problemas de saúde, principalmente em idosos, pode contribuir como causa de morte, porém, complicações sérias são raras. “O vírus tem baixa letalidade”, comenta Gonsalez. Os sintomas podem durar entre 10 e 15 dias, porém, as dores articulares podem permanecer por meses ou anos.

No caso do Chikungunya, além do mosquito Aedes Aegypti, outro transmissor é o Aedes Albopictus, que circula no Brasil. “O histórico de dengue do paciente não interfere na contaminação pelo vírus Chikungunya e vice-versa”, esclarece o médico do Hospital Villa-Lobos. Ou seja, pessoas que já tiveram uma das duas enfermidades podem pegar a outra. Com relação ao tratamento, Gonsalez explica que por se tratar de doença viral não existe tratamento específico. “A utilização de sintomáticos é a regra para aliviar os sintomas de dor e febre. O repouso e a ingestão de líquidos em abundância são recomendados”. Ainda não existem vacinas. A forma de prevenção consiste em evitar e combater os criadouros do mosquito.

Fonte: Hospital Villa-Lobos – 17.12.2014

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