Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Na Semana de Combate à obesidade, Hospital Marcelino Champagnat promove curso de cirurgia bariátrica para médicos estrangeiros

Dr. Caetano Marchesini ministrou o curso para especialistas mexicanos

Curitiba sediou na semana em que é comemorada o Dia Mundial de Combate à Obesidade (11 de outubro), um curso de aperfeiçoamento em cirurgia da obesidade destinado exclusivamente para médicos mexicanos.

A XVII edição do Curso de Imersão Clínica em Cirurgia Bariátrica, coordenado pelo cirurgião paranaense Caetano Marchesini, foi realizada entre os dias 4 e 8 de outubro, no Hospital Marcelino Champagnat, onde os médicos puderam acompanhar a realização de diferentes procedimentos cirúrgicos para redução de estômago.

“Nestes quatro dias, além das técnicas cirúrgicas, abordamos eletrocirurgia, tratamento de complicações, procedimentos para seleção de pacientes, endoscopia digestiva, nutrição em cirurgia bariátrica, aspectos psiquiátricos, fisioterapia em cirurgia bariátrica, atividade física no pós-operatório entre outros temas”, explica Marchesini, membro da Federação Internacional de Cirurgia para Obesidade (IFSO).

Ao todo, sete especialistas mexicanos vieram ao Brasil para participar do curso. O México é considerado o país com maior número de obesos do mundo. No entanto, uma pesquisa divulgada na revista científica Lancet recentemente já aponta o Brasil como o 5º no ranking mundial. Com isso, o número de cirurgias para redução de estômago está crescendo: são cerca de 70 mil cirurgias realizadas todos os anos no Brasil.

“A obesidade aumentou em países emergentes de forma muito rápida, assim como o número de cirurgias para tratamento da obesidade ao longo das três últimas décadas”, relatou Marchesini. Para que se tenha uma ideia, cerca de 250 milhões de pessoas no mundo apresentam sobrepeso ou obesidade.

Troca de experiências – “A obesidade tornou-se uma epidemia mundial e viemos em busca do aprimoramento técnico e científico desenvolvido no Brasil. O dr. Caetano Marchesini é reconhecido internacionalmente pelas técnicas que utiliza e perfeição”, relatou o especialista mexicano, Fernando Dias Soto, que também representa a Medtronic – empresa americana de tecnologia médica, fundada em 1949.

Fernando conta que o grupo mexicano é formado por cirurgiões de alto nível e com anos de experiência. “A técnica do Paraná é muito avançada, perfeita e limpa. Queríamos ver de perto a atuação de toda a equipe médica e multidisciplinar neste centro de excelência”, reforçou Fernando.

Já o cirurgião mexicano, Luís Henrique Parra, avaliou o curso como um dos melhores do mundo. “Pudemos acompanhar técnicas cirúrgicas, bem como o trabalho da equipe de profissionais que deve estar presente em todo o processo de cura da obesidade. A atuação conjunta com os nutricionistas, educadores físicos, terapeutas e fisioterapeutas é fundamental”, declarou Parra.

Ao mesmo tempo em que vieram para aprender, os mexicanos também têm muito a ensinar. Após se tornar o país mais obeso do mundo, o México implementou no ano passado medidas rigorosas para conter o avanço da obesidade entre crianças, jovens e adultos. Desde o ano passado, o México aumentou os impostos sobre alimentos muito calóricos como os refrigerantes e outros. Todos os alimentos que contém mais de 275 calorias por 100 gramas foram tributados para 8 % de IVA (imposto sobre o valor acrescentado).

“Estamos buscando um incentivo para as empresas reformularem seus produtos para que fiquem mais saudáveis”, disse o secretário da Saúde da Cidade do México, Dr. José Armando Ahued Ortega. Ele se propõe a vir ao Brasil para contribuir com iniciativas semelhantes.

Mais tributos, menos obesos – Marchesini conta que pretende retomar a sua proposta de Projeto de Lei para combater a obesidade no Brasil, por meio de estratégias que vão, desde a diferenciação tributária para alimentos calóricos, até a implementação de uma disciplina específica de educação alimentar nas escolas.

“Estamos buscando informações, subsídios técnicos e científicos para propor uma medida semelhante a que foi aplicada no México para o Brasil”, relatou Marchesini.

Fonte: Hospital Marcelino Champagnat – 09.10.2015

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