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Hospital Monte Sinai já disponibiliza procedimento de alcoolização septal na Hemodinâmica

A Cardiologia Intervencionista passa a oferecer um novo procedimento no Serviço de Hemodinâmica, a alcoolização septal, que trata especificamente um tipo de doença congênita, chamada miocardiomiopatia hipertrófica assimétrica. Realizada pela primeira vez no Monte Sinai pelos especialistas na área Gustavo Ramalho e Leandro Pimentel, a técnica cria um infarto direcionado que visa reduzir a massa do septo que pode obstruir a saída de sangue do ventrículo esquerdo.

Este tipo de miocardiomiopatia é um defeito genético que provoca um espessamento do septo (parede muscular que divide o lado direito do lado esquerdo do coração), sendo que essa massa septal praticamente pode fechar a saída do sangue do ventrículo esquerdo, provocando a arritmia e até morte súbita. O cardiologista intervencionista identifica o ramo que irriga o septo e, por um cateter conduz um balão que é insuflado na artéria e por dentro dele se injeta álcool absoluto. Esta ação faz uma trombose na artéria septal e causa infarto no músculo doente, provocando uma fribrose ou espécie de cicatriz, que reduz a espessura do septo, evitando a obstrução.

Para o diagnóstico e acompanhamento deste procedimento, a Hemodinâmica contou com o apoio do Serviço de Ecocardiografia do Hospital, uma interação que é tendência no tratamento das doenças cardíacas estruturais.

Procedimento minimamente invasivo é eficaz

Antes, eram usados apenas medicamentos para reduzir a força de batida do coração e evitar a obstrução mecânica, além de tratar também a arritmia – sendo que a doença é uma das grandes causadoras de morte súbita. E além do tratamento clínico, até recentemente, só existiam duas alternativas: o tratamento cirúrgico – em que é preciso acessar o ventrículo por dentro e dele tirar uma parte do músculo sob visão direta -, ou o tratamento elétrico pelo implante de um marcapasso diferenciado, ressincronizador, para reduzir sintomas.

Agora, a técnica de alcoolização – que provoca a morte de células musculares na região do septo espessado, afina e trata a obstrução -, tem a mesma equivalência da cirurgia cardíaca aberta, só que com os benefícios de ser minimamente invasiva. Ela cura o paciente, com raros casos de retorno da hipertrofia, e ainda pode reduzir ou eliminar os fármacos utilizados pelo paciente cardiopata.

Causas e sintomas

A cardiomiopatia hipertrófica é a doença cardíaca genética mais comum, sendo que a maioria dos casos se caracteriza por hipertrofia ventricular esquerda, com alterações nas artérias coronárias intramiocárdicas, sem qualquer outra causa de aumento da massa muscular do miocárdio. Sua incidência oscila de 0,2 a 5% da população e estudos consistentes recentes estimam em torno de dois casos para cada 1.000 habitantes. Mas a doença é a principal causa de morte súbita em jovens, principalmente atletas. Uma minoria dos pacientes apresenta sintomas de insuficiência cardíaca, angina, síncope, em geral a doença é assintomática.

Em pacientes com a forma obstrutiva, cerca de 5% a 10% deles persistem com sintomas incapacitantes e refratários à terapêutica farmacológica plena ou as altas doses de medicação produzem efeitos colaterais importantes.

(http://publicacoes.cardiol.br/abc/2003/8004/80040002.pdf)

Fonte: Hospital Monte Sinai – 25.03.2015

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